Chupa que hidrata. Bastou esse slogan, um produto criativo e o poder da internet para que a jovem Tayná Maísa visse a sua ideia ganhar força e viralizar. Apenas nos últimos dois dias, já são mais de 3.600 curtidas nas fotos do picalé que nada mais é, adivinhem, que um picolé em formato de pênis, com tudo para bombar no carnaval.
Natural da Comunidade do Barro, em Recife, Pernambuco, a cozinheira de somente 24 anos viu a própria vida mudar da noite para o dia. Depois de fazer o primeiro protótipo há duas semanas, agora ela já está formando uma equipe para vender o produto no restante do ano, e não só no feriado mais brasileiro de todos, que acontece daqui a duas semanas.
Por enquanto, são cinco sabores: abacaxi, graviola, amendoim, morango e caipirinha, todos envoltos em uma casquinha de chocolate meio amargo ou branco. O alcoólico é o favorito da criadora, que também aposta nele para o Carnaval. Nessa época, todo mundo quer tomar cachaça, brincou. O preço? R$ 5 cada um.
A Gazeta conversou com a Tayná, que é tão divertida quanto a ideia que ela teve. Confira:
Eu estou fazendo um curso de confeitaria na Ong GTP+, que é para pessoas LGBT e soropositivas. Logo no início, em outubro ou novembro do ano passado, os coordenadores desafiaram os alunos a criarem um doce voltado para o Carnaval ou para o Natal, que é o foco do curso.
A primeira ideia foi criar um bolo de rola porque aqui no Recife o bolo de rolo é muito tradicional. Ia fazer um trocadilho. Mas depois pensei que seria complicado vender no Carnaval. Aí fiquei pensando, pensando e não consegui criar nada. Tentei a semana inteira, e nada.
Um dia, conversando comigo mesma, tive a ideia de fazer um picolé em formato de pênis. Conversei com amigos e eles acharam massa. Pelas técnicas que eu já tinha com chocolate e pelo que estava aprendendo, achei que ia dar certo. Fiz uns testes e dei para algumas pessoas experimentarem.
Depois disso, fiz uma proposta para uma amiga, que fez o curso de cozinha comigo e que me emprestou a grana. E então decidi postar para saber como as pessoas iam reagir, se iam realmente gostar E foi sucesso.
Não imaginei não! Eu estou passada, chocadíssima. Há um tempo eu fui hackeada, coisa do demônio, não sei o que aconteceu, e eu só tinha 400 pessoas me seguindo. Depois que postei, eu acordei desesperada com o celular apitando. Pensei: o que é isso? Está virado no Jiraya! Era Facebook, Instagram, Twitter.. era o povo compartilhando o picalé. Fiquei muito impressionada. Foi babado!
Na segunda-feira (10), eu vou fazer uma reunião para definir como tudo vai funcionar. Estamos vendo de montar uma equipe dentro de uma casa em Olinda (PE), para trabalhar no carnaval de lá também, que tem um público mais atrativo, além daqui de Recife (PE), é claro.
Agora, eu já estou contando com o apoio de duas pessoas da família, mas acredito que serão umas cinco pessoas trabalhando só na cozinha, durante o feriado. A expectativa é vender de 200 a 250 picalés por dia. Vai ser doidera!
Até ontem eu não tinha, mas nessa reunião de segunda também vamos tentar montar uma equipe de comunicação, de produção e organizar um espaço para trabalhar. Ao todo, acho que vão ser umas 12 pessoas. Hoje mesmo um advogado já está indo registrar o meu produto no cartório. Então, agora, eu pretendo continuar vendendo no resto do ano, sim, principalmente em festas LGBT.
Eu até tentei fazer um sorvete no formato de vagina, mas as formas que eu tinha eram muito grandes e ia custar R$ 10. Por esse preço, quem ia comprar? Fora que o próprio formato do pênis já é mais próximo da temática do picolé.
O que eu penso é fazer outros sabores e elaborar um sem a casquinha de chocolate, para quem tem intolerância à lactose.
Eu estou recebendo críticas construtivas e respondo na medida do possível. Claro que não vou vender para crianças. A ideia é vender só para maiores de idade. Eu tenho noção.
Ah (risos, com misto de alegria e desespero)... curtir eu só vou depois do carnaval, na praia, com a minha gata (namorada).
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