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'Quem é omisso também é agressor', diz Pamella Holanda, ex de DJ Ivis

'Quem é omisso também é agressor', diz Pamella Holanda, ex de DJ Ivis

A arquiteta e influenciadora digital falou nas redes sociais sobre os casos de violência contra a mulher no início da tarde desta quarta-feira (14)

Publicado em 14 de julho de 2021 às 18:50

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Pamella Holanda
Pamella Holanda expôs publicamente as agressões que recebia do ex-marido, o DJ Ivis. (@Pamellaholanda)

A arquiteta e influenciadora digital Pamella Holanda, 27, falou nas redes sociais sobre os casos de violência contra a mulher no início da tarde desta quarta-feira (14). Ela expôs publicamente as agressões que recebia do ex-marido, o DJ Ivis, 30, no último domingo (11).

"Um homem que se compara a Deus certamente não o tem. Quem é omisso também é agressor e usa as mesmas 'armas' de todos eles: descredibilizar a vítima culpando ela por se defender. Como você mesmo disse: você esbraveja porque é sua única defesa. Não esqueça disso", escreveu em seus Stories.

"Eu não vou me calar", completou a arquiteta. Recentemente ela disse que foi agredida pela primeira vez pelo ex-marido, o DJ Ivis, quando estava grávida da filha, Mel. Na ocasião, ela afirmou que tentou justificar para si mesma que ele tinha agido daquela forma por causa do temperamento dele.

"Eu não acreditava que ele podia fazer aquilo comigo", disse ela em entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes. Ela completou que as agressões se repetiram posteriormente, inclusive por ele não concordar que ela amamentasse a filha após diagnóstico de Covid.

"A Mel tinha quase um mês. Naquela ocasião eu estava com Covid, e os médicos me aconselhavam a amamentar. Ele não queria. [Ele queria] que eu não amamentasse porque disse que eu ia passar Covid", disse Pamella, que não ter denunciou antes por medo de ser desacreditada por ele ser conhecido.

Os vídeos que mostram as agressões foram divulgados pela arquiteta e influenciadora digital Pamella Holanda, ex-mulher do DJ. Ele admitiu as agressões, mas afirmou que os vídeos não estão completos e que reagiu a ameaças. A Polícia Civil do Ceará, onde a violência teria ocorrido, investiga o caso.

Na sequência de vídeos, gravados por câmeras instaladas na casa da influenciadora, Pamella leva tapas na cabeça no momento em que tenta pegar a filha do casal no carrinho da bebê; é empurrada e chutada no quarto da criança e é agredida na sala com tapas, socos e pontapés, chegando a cair no chão.

Em duas das cenas, há testemunhas. Uma mulher e um homem não identificados aparecem próximos ao ex-casal. Pamella divulgou também fotos que mostram ferimentos no corpo e na boca.

DJ Ivis postou vídeos afirmando que há acontecimentos que não aparecem nas imagens reveladas pela ex-mulher. "Eu sempre apanhei com a minha filha no braço, alguém tem noção do que é isso?", ele pergunta em um vídeo em que a arquiteta aparece tentando dar tapas nele, com a filha no colo.

"Sempre tentei fazer de tudo para que isso não chegasse ao extremo. E, como eu disse, tenho como provar tudo, nada vai justificar a reação que eu tive, mas não aguentava mais ameaças", afirmou.

De acordo com a versão do artista, a ex-mulher o impedia de sair de casa e fazia ameaças contra a própria vida e dizia que sumiria com a filha por não admitir o fim do relacionamento. Ele chegou a registrar um boletim de ocorrências sobre o caso.

"Saí de casa e tenho assumido todas as despesas da filha. Foi feita a denúncia, mas ainda não fui ouvido. Tudo será devidamente provado e esclarecido com o tempo", ele disse. A produtora Vybbe informou que vai acompanhar os desdobramentos do caso.

"A Vybbe reitera seus valores de respeito às mulheres, presta solidariedade a todas as vítimas de violência e orienta que denunciem todo e qualquer episódio vivido ou presenciado pelo número 180", diz a nota.

APOIO E DEMISSÃO

Pamella recebeu apoio de várias artistas após divulgar as cenas de agressão. "Por nenhuma mulher a mais silenciada, a violência não deve nem pode nos calar. Não existe justificativa. Todo o meu apoio a Pamella e repúdio às cenas e atos de horror do Dj Ivis. Violência contra mulher é crime", disse Juliette, campeã do BBB 21.

"Não justifique o injustificável", afirmou a atriz Giovanna Lancellotti, em um recado para o DJ. "Não existem justificativas ou argumentos que diminuam as provas e a existência do crime cometido. É inaceitável, intragável e brutal", opinou a cantora Marília Mendonça.

DJ Ivis já foi tecladista e produtor da banda Aviões do Forró e depois participou da reconstrução da carreira do líder do grupo, Xand Avião. Xand, sócio da empresa Vybbe, também se manifestou e disse que não admite nenhum tipo de violência. "Não tem explicação", afirmou. Segundo ele, a Vybbe vai ajudar Pamella e a filha no que for preciso. Ele afirmou que não há como seguir trabalhando com DJ Ivis. Xand demitiu Ivis da empresa.

A cantora Solange Almeida, ex-Aviões do Forró, divulgou um vídeo orientando as mulheres vítimas da violência a procurarem ajuda. "Amor com violência é doença", disse. "Tenha consciência do ciclo da violência: primeiro vem a tensão, depois a agressão, depois a desculpa, em quarto a calmaria e em quinto a nova agressão. Em outras palavras, ele não vai mudar".

A cantora contou que já sofreu violência doméstica e denunciou. "Não é fácil denunciar, mas é preciso. Briga de marido e mulher se mete a colher, sim", completou. Para a apresentadora Eliana, posicionamentos como o de Xand são importantes nos casos de violência doméstica. "Que a justiça seja feita", pediu.

Lideranças políticas falaram sobre o caso e pediram providências contra a violência a que são submetidas as mulheres. A vereadora Mônica Benício (PSOL-RJ), por exemplo, reforçou que é importante denunciar e combater a lógica machista e cruel. "Pamella, você não está sozinha", afirmou.

"As imagens, que não recomendo que ninguém veja, são chocantes e não deixam dúvidas da violência praticada", escreveu a vereadora Erika Hilton (PSOL-SP).

Segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o governo federal recebeu 105.671 denúncias de violência contra a mulher em 2020. Desse total, 75.753 denúncias diziam respeito à violência doméstica e familiar. Entre as principais estavam ameaça ou coação, constrangimento, agressão e tortura psíquica.

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