No atual momento, é quase impossível imaginar Regina Duarte, 72, e José de Abreu, 73, como um casal, mesmo que na ficção. Mas em 2002, quando a novela "Desejo de Mulher" (Globo) foi ao ar, os dois atores desafetos formavam um par romântico.
A atriz interpretava a estilista Andréa Vargas, casada há mais de 20 anos com Bruno Vargas, papel de José de Abreu. No primeiro capítulo da trama, os personagens trocam beijos apaixonados. Mas, ao longo da história, ela vai descobrir que Bruno mantém um caso extraconjugal com Selma (Alessandra Negrini), executiva que trabalha com ela.
Naquele mesmo ano, ficou famosa a participação de Regina no programa eleitoral de José Serra (PSDB), que disputava a presidência contra Lula (PT). "Estou com medo [de uma possível vitória de Lula]... Fazia tempo que eu não sentia tanto medo. Sinto que o Brasil, nessa eleição, corre o risco de perder toda a estabilidade que já foi conquistada [...] Não dá para ir tudo para a lata do lixo", afirmou a atriz, em vídeo da campanha.
José de Abreu, por sua vez, é conhecido por ser apoiador histórico do PT. Mas os ânimos entre os atores só se acirraram publicamente nas eleições presidenciais de 2018, quando Regina manifestou o seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro.
"Respeitei a posição de Regina Duarte enquanto ela apoiava a direita democrática com Serra, Alckmin, FHC, Doria. Quando apoiou o impeachment. Mas não respeito artista que apoia fascista. O fascismo odeia nossa profissão e nossa classe. Elimina quem discorda e quem é 'diferente'", escreveu Abreu, em seu perfil no Twitter, na época.
Regina, por sua vez, respondeu em um comentário de um seguidor no Instagram: "Ah... deixa ele pra lá.... é aquele ator que cospe nas pessoas que discordam dele. E depois diz que o fascista é o Bolsonaro", disse ela, em referência a um fato ocorrido em 2016, quando o ator cuspiu em dois frequentadores de um restaurante em São Paulo após se envolver em um bate-boca sobre política.
Desde que a atriz foi convidada a assumir o cargo de Secretaria Especial da Cultura no governo, Abreu voltou a alfinetá-la na internet. "Seu povo, o povo dele, não o povo brasileiro: ministros analfabetos, milicianos, corruptos, nazistas, militares e policiais assassinos, torturadores, pedófilos. Realmente, ela está preparada para o cargo", escreveu de forma irônica em sua rede social.
O mais recente comentário do ator sobre Regina foi feito depois que ela aceitou o cargo, na quarta (29).
"Eu sei o que fizemos na sua casa, na Barra da Tijuca. Eu sou artista, assumo meus vícios e me liberei deles", escreveu. A informação é do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. A mensagem foi apagada posteriormente pelo ator.
Regina Duarte e José de Abreu também contracenaram na novela "História de Amor" (Globo), de 1995, mas não interagiam como par romântico.
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