Andressa Urach decidiu ir às redes sociais para se pronunciar sobre o caso da menina de 10 anos de idade que ficou grávida em São Mateus, no Espírito Santo, após recorrentes abusos sexuais. O tio foi preso e confessou o crime. A vítima afirma que era molestada desde os seis anos.
Em seu feed do Instagram, Urach postou uma foto em que aparece grávida aos 17 anos e revelou que, assim como a capixaba, foi abusada dos 6 aos 8 anos. Além disso, a ex-Miss Bumbum aproveitou a oportunidade para criticar extremistas que foram à porta do hospital para impedir o aborto da criança.
"O Brasil registra 6 abortos por dia em meninas entre 10 e 14 anos estupradas, segundo informações coletadas no SUS. Eu poderia estar nesses índices. Nas fotos, aos meus 17 anos, eu estava feliz curtindo a minha gravidez. Poderia ter sido muito diferente se eu tivesse um organismo mais precoce. Dos 6 aos 8 anos fui abusada sexualmente, só não engravidei porque ainda não tinha meu sistema reprodutor formado", começou.
E continuou: "Eu ainda era uma menina quando engravidei do Arthur, mas o grande diferencial é que eu queria muito aquele filho e a concepção dele foi planejada. Toda mulher tem o direito de decidir o que quer para o seu futuro e para o seu corpo. Me preocupa muito o fato dos extremistas terem se posicionado contrários ao aborto da garotinha do Espírito Santo. Não os chamo de religiosos, como o restante da mídia vem fazendo, porque isso nada tem a ver com religião e esse tipo de cristianismo que professam não me representa. Não digo isso pra defender ou atacar a legalização do aborto, mas a pauta que levanto aqui é sobre o cuidado que o Estado deveria ter com essa menina".
Andressa também lamentou a falta de empatia da sociedade: "Ela, assim como eu, não devia sequer ter noção do abuso a que era submetida. Esses números realmente assustam. Mas, o que mais me deixa indignada é ver a reação descabida de um grupo de pessoas que não é capaz de sentir a dor que essa menina vai carregar pelos próximos anos. A empatia é coisa rara nessa sociedade líquida em que vivemos".
E finalizou: "Não vou me estender mais. Só precisava falar que eu também fui uma vítima, e tal qual essa menina, não merecia viver tamanha atrocidade. Tenhamos o mínimo de compaixão. Oremos".
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