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Vinny está de volta ao Brasil com turnê fazendo os fãs 'mexerem a cadeira'

Vinny está de volta ao Brasil com turnê fazendo os fãs "mexerem a cadeira"

"A ideia é fazer uma farra com os fãs e lembrar de músicas nostálgicas", conta o carioca, que fez sucesso nos anos 1990 com músicas como "Heloísa, Mexe a Cadeira" e "Uh, Tiazinha"

Publicado em 10 de março de 2020 às 18:05

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O cantor Vinny. (Divulgação)

É praticamente impossível (para quem tem mais de 40 anos, é claro!) achar alguém que nunca tenha se esbaldado nas pistas de dança com verdadeiros hinos da geração anos 1990, como "Heloísa, Mexe a Cadeira","Shake Boom", "Uh, Tiazinha!" e "Te Encontrar de Novo". 

Sumido do showbiz, o carioca Vinny, hoje com 53 anos,  reapareceu após passar uma temporada morando na Argentina e em Portugal, onde aproveitou para dedicar-se aos livros, se especializando em Psicanálise, Filosofia e fazendo mestrado em Ciências Sociais. 

Engana-se quem pensa que o cantor, mesmo agora com ares de "letrado", esqueceu seu lado fanfarão. Tanto que retorna ao país em abril para uma turnê especial: o "Baile do Vinny", uma parceria com o LS Jack (banda da qual ele foi padrinho e compositor da música que dá nome ao grupo). No repertório, seus clássicos dançantes e faixas que fizeram sucesso nos anos 1990 e 2000 nas vozes de Lulu Santos, Skank, Barão Vermelho, Cazuza, Ritchie e Nenhum de Nós, como "Menina Veneno", "Tempos Modernos" e "Exagerado".

"A ideia é fazer uma farra com os fãs e lembrar de músicas nostálgicas. Meu filho, que mora em Portugal, também foi um grande incentivador para esse retorno. Ele afirmou que, nas festas que frequenta, só dá música dos anos 1990", brinca, em bate-papo com o Divirta-se para falar do novo projeto, que ainda não tem previsão de chegar a Vitória.

Durante a conversa, o cantor também soltou o seu lado didata, mais especificamente a "persona" terapeuta Vinny Bonotto Conrado. Falou de política, Psicanálise, anos 1990 e avaliou o atual estágio da democracia brasileira. Lógico que também fugimos do lado "serião", principalmente na hora de falar de "Heloísa, Mexe a Cadeira", seu maior hit.

"O nome está no título, mas não é cantada em nenhum momento na música (risos). Na verdade, ela entrou aos '45 minutos do segundo tempo' no álbum 'Todomundo' (1997). Cada música tinha um personagem no título. Colocamos Heloísa e pegou. Ainda nem sei por que a faixa ganhou esse nome. Nunca namorei uma Heloísa", relembra, em tom de farra.

Você foi um ícone dos anos 1990. Músicas como “Heloisa Mexe a Cadeira” e 'Shake Boom' se tornaram hinos da geração com mais de 40 anos. Algum motivo especial para se afastar no showbiz?

  • Comecei a dar um tempo da música em 2010, basicamente por querer dar um novo rumo a minha vida pessoal. Claro que houve uma diminuição da demanda de shows, algo natural na rotina do artista. É uma decadência que faz parte (risos). Decidi estudar, fazer algo que também me dava muito prazer. Morei um tempo na Argentina e em Portugal, me formei em Filosofia, fiz mestrado em Ciências Sociais em Buenos Aires e agora estou terminando a formação em Psicanálise. Em abril, recebo o meu certificado (vibra, com orgulho). Também aproveitei para ficar mais em casa, curtindo a família. Isso também é importante. Ajuda na nossa sanidade mental (risos)... Mas, agora estou de volta (responde, apressadamente).

De volta em com o “Baile do Vinny”, né? Será uma grande festa dos anos 1990? Nem é preciso perguntar se “Heloisa” está dentro... Acho que os fãs saudosistas não lhe deixam em paz!

  • É um revival de tudo o que fez sucesso na cultura pop dos anos 1990 e 2000. O repertório vai incluir, além das minhas músicas, clássicos do pop-rock, com versões para faixas de Lulu Santos, Skank, Barão Vermelho, Tribalistas e Nenhum de Nós. Queremos fazer uma farra junto com os fãs. “Heloísa Mexe a Cadeira” foi um fenômeno que caiu nas graças das pistas de dança. Vejo isso com orgulho, pois ajudou a me projetar. Até hoje ainda é lembrada e louvada (risos), o que acho o máximo.

Como avalia o atual estágio da música brasileira. O rock perdeu espaço? Precisa se reinventar?

  • O rock vive em constante mutação. Acho, inclusive, que está mais próximo do hip-hop. Isso passa muito pela atitude dos novos artistas, até por conta da ideia de usar a música como forma de contestação. O rock, em sua essência, acabou ficando um pouco mais “careta”. Perdemos espaço na grande mídia, mas a internet está aí como uma plataforma ampla de visibilidade. Outros gêneros musicais, como o funk e o sertanejo, trabalham melhor com as questões financeiras da indústria e com a própria mídia. Mas sou um eterno entusiasta do rock brasileiro e da sua capacidade de se reinventar.

O cantor Vinny se apresentou em janeiro no "Altas Horas". (Reprodução/TV Globo)

E sobre a experiência de morar no exterior, na Argentina e em Portugal? Foi enriquecedor para a carreira e para a vida pessoal?

  • Me deu a possibilidade de vivenciar as mesmas coisas sob um ponto de vista diferente (responde, em tom de filosofia). Há muitas formas de compreender o planeta e seus problemas do ponto de vista de diferentes culturas, histórias e etnias. Viver fora me fez ficar cada vez mais tolerante com as diferenças.

Você se graduou em Filosofia, fez mestrado em Ciências Sociais e agora se especializa em Psicanálise. Foi uma alternativa à carreira de músico?

  • Como falei, sempre foi algo que desejei muito. Hoje, tenho uma visão de que elas trabalham de maneira conjunta. Eu continuo atendendo os meus pacientes todas as segundas-feiras, todos os dias. Esse é o Vinny terapeuta (risos). Agora, estou voltando a investir na carreira artística de forma mais madura e enriquecedora.

Como avalia o atual panorama político do Brasil? Estamos em um país polarizado, em que, às vezes, o artista é "visto" como vilão...

  • A polarização política hoje é um fenômeno mundial. Acontece que, no Brasil, somos adolescentes em relação à política, fruto de uma democracia ainda muito jovem. Estamos aprendendo ainda quais são os limites desse processo democrático. Esse governo atual trouxe algumas medidas que nos fizeram pensar nos dois polos. Tanto os mais conservadores quanto os progressistas foram obrigados a se posicionar e assumir vários riscos. Independente de estereótipos, sou um defensor nato da democracia. É bom saber que ainda temos poder de decisão e de voto.

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No Brasil, somos adolescentes em relação à política, fruto de uma democracia ainda muito jovem. Estamos aprendendo quais são os limites desse processo democrático.

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Voltando a falar do “Baile do Vinny”... Daí pode sair um novo projeto musical?

  • Volto ao Brasil agora em março e espero que, no mais tardar em abril, possamos entrar em turnê. Vamos preparar a agenda, mas Vitória certamente não vai faltar. Torço para que, dessa experiência, possa sair um DVD. Penso até em encaixar alguns convidados. Seria bem legal, não é?

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