Nas montanhas capixabas, o roteiro gastronômico ao redor da Pedra Azul tem opções para todos os gostos e bolsos. Além dos charmosos restaurantes de cozinha autoral que dão fama à região, é possível encontrar ali bons endereços com almoço mais em conta, dedicados à autêntica comida caipira brasileira com influência da imigração europeia.
Em busca de dicas para o seu fim de semana, percorremos a Rota do Carmo e o Caminho das Flores, em Pedra Azul, e também Venda Nova, indo até a localidade de Alto Providência. O resultado dessa viagem saborosa, você poderá conferir nas quatro sugestões a seguir.
No entorno da Pedra Azul, o Grão da Terra é um refúgio para quem aprecia não só uma boa comida da roça como também curte o contato com a natureza. Nos fundos do restaurante há uma pequena floresta, por onde passa uma trilha sinalizada, de 300 metros, que virou atração no local.
O cantinho mais disputado tem mesas ao ar livre, sob ipês-amarelos, e vista para um pomar. O salão principal, com fachada de pau-a-pique, lembra um paiol. Nele está o fogão a lenha, onde são dispostas as panelas de barro e travessas com mais de 40 opções para a refeição (R$ 45 por pessoa/adulto e R$ 23/criança de até 12 anos).
Feijoada, polenta frita, linguicinha e o típico macarrão italiano caseiro são destaques, além da galinhada, servida aos domingos. O restaurante existe há quatro anos e há três meses é comandado pelo casal Arcilé e Rosilaine Reis. "Cozinhamos como se estivéssemos preparando um almoço na roça para nossa família, e os clientes sentem isso ao vir aqui", conta Arcilé.
Um pássaro famoso em Pedra Azul dá nome a um elogiado restaurante de comida caipira na Rota do Carmo, o Ninho do Jacu. Além da ave, que volta e meia aparece por lá, os visitantes também podem avistar outros animais nativos, em meio à rica vegetação da propriedade do casal Keylla Modolo e Angelo Ramos.
Criado há nove anos, o restaurante hoje trabalha com duas modalidades de cardápio: bufê livre a R$ 56 por pessoa, para servir-se à vontade nas panelas do fogão a lenha, e refeições à la carte, que custam de R$ 90 a R$ 160 e servem duas ou quatro pessoas. Nessa modalidade, que já inclui sobremesa, a comida vai para a mesa em panelas de pedra.
"Nossa comida é a caipira raiz, e resgata muito do que a gente comia na roça quando criança", explica Keylla, criadora de quitutes como o bolinho de polenta recheado com queijo e taioba (R$ 23 a porção, à la carte). A galinha caipira, a carne de porco na lata, a rabada, a linguiça caseira de pernil e o bolinho de feijoada estão entre os queridinhos do almoço.
Para adoçar, uma pedida são as compotas artesanais de frutas (em especial a de goiaba), também disponíveis para venda na lojinha do local. Lá é possível comprar outros produtos caseiros, como doce de leite, geleias e doces cristalizados, artesanato e um café 100% arábica de produção e torrefação próprias.
Um casarão de 1904 todo em madeira, com varanda e ampla área verde, abriga o restaurante Nossa Vida, dedicado às raízes culinárias dos imigrantes em Venda Nova. Além da expressiva influência italiana, a portuguesa também marca presença no menu. No bufê self-service, a refeição custa R$ 59,90/kg, de terça a sexta, e R$ 69,90/kg aos sábados, domingos e feriados.
A polenta com carne de porco confitada na banha é a protagonista entre opções como escondidinho de banana-da-terra com carne-seca, bacalhau à Zé-do-Pipo, canelone de puína e alho-poró, massas artesanais, polenta brustolada e croquete de polenta recheado com queijo.
O chef da casa, Renato Santos, criou um prato em homenagem às comidas típicas da Festa da Polenta: linguiça, polenta cremosa, filé de sobrecoxa assada, queijo minas, talharim caseiro e molho bolonhesa. Os quitutes ficam disponíveis no bufê de fim de semana para o cliente montar, como na foto acima.
O Nossa Vida foi inaugurado há três anos e pertence à família Falquetto, uma das mais tradicionais da cidade. Em quase 100% das receitas são utilizados ingredientes regionais, e alguns são cultivados na propriedade - palmito pupunha e hortaliças, por exemplo.
Fundado há mais de duas décadas pela família Caliman, o restaurante da Fazenda Saúde, também em Venda Nova, mantém sua essência ítalo-caipira com o cardápio praticamente inalterado desde a abertura. As novidades dizem respeito à polenta, grande estrela do bufê, que é livre e custa R$ 42 por adulto e R$ 13 por criança de três a nove anos.
À frente da cozinha está Beth, filha da nonna Marta Caliman, já falecida. "Agora servimos polenta na chapa também com quiabo e com jiló, e um dos nossos panelões tem polenta cremosa com taioba", avisa, antes de contar um segredinho sobre a receita mais famosa de Venda Nova. "Quanto mais você cozinha a polenta, melhor ela fica. A nossa começa a ser feita às 9h da manhã, e o cozimento é sempre de, no mínimo, duas horas".
Outro trunfo da casa é a linguiça caramelizada, que faz companhia a delícias como frango frito, feijão tropeiro, farofa, costelinha de porco confitada, macarrão caseiro, moela ensopada, fígado acebolado e molhos de frango e de carne moída.
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