O restaurante A Casa do Porco, na região central de São Paulo, está entre os 50 melhores do mundo. Comandado por Jefferson e Janaína Rueda, o endereço ficou em 17ª lugar na lista mundial do 50 Best, promovida pela revista britânica Restaurant.
O anúncio foi feito em cerimônia realizada nesta terça (5), em Antuérpia, na Bélgica. A casa subiu 22 posições em relação à última edição, quando ficou em 39º lugar. O endereço é o único brasileiro a aparecer entre os 50 melhores do mundo segundo o guia.
Tido como o "Oscar da gastronomia", o World's 50 Best é uma compilação anual. Apesar de se chamar "50 melhores", a lista chega a cem endereços. Devido à pandemia do coronavírus, não houve premiação em 2020. A última edição do 50 best, portanto, ocorreu em 2019.
Como de costume, parte da lista já havia sido revelada ao público. No dia 23 de setembro, a organização divulgou os colocados da 51ª posição até a 100ª.
Já o melhor restaurante do mundo, de acordo com o guia, é o Noma, em Copenhague, na Dinamarca. A casa havia ficado em segundo lugar na última premiação. Em seguida, entre os cinco melhores, aparecem o Geranium, também em Copenhague; o espanhol Asador Etxebarri; o peruano Central; e outro espanhol, o Disfrutar.
A Casa do Porco foi inaugurada em 2015, na região central da capital paulista -na esquina entre as ruas Araújo e General Jardim- com uma cozinha que destaca a carne suína nos mais diversos preparos. Os porcos são de criação própria e a maior parte dos vegetais vêm do do sítio da família Rueda, em São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, ou de pequenos produtores parceiros. O menu-degustação, em versão tradicional ou vegetariana, custa R$ 165.
O endereço é comandado pelo casal Jefferson e Janaína Rueda. A dupla também é responsável pelo Bar da Dona Onça, a lanchonete Hot Pork e a Sorveteria do Centro, todos na mesma área do centro. Em 2020, Janaína foi eleita ícone da América Latina pelo 50 Best por atuação em merendas e no setor de restaurantes.
Antigo habitué do ranking, o D.O.M., de Alex Atala, caiu mais sete posições. De 54º colocado, em 2019, ele desceu para o 61º. O restaurante aparece na lista desde 2006, quando estreou em 50º lugar. Sua melhor marca foi em 2012, quando esteve em 4º lugar na lista.
Outro paulistano da lista, o Maní, da chef Helena Rizzo, que apareceu em 73º em 2019, deixou o ranking global.
Além dos endereços paulistanos, dois cariocas também marcam presença na lista. O Oteque, do chef Alberto Landgraf, que estreou em 100º em 2019, atingiu o 67º lugar. Já o Lasai, de Rafa Costa e Silva, ficou em 85º. A casa estava na posição de número 74 em 2019.
Durante o hiato de um ano na premiação, o 50 Best promoveu outras atividades em apoio ao setor gastronômico. Uma destas iniciativas foi a lista 50 Next, que elegeu jovens que estão moldando o futuro da gastronomia. Divulgada em abril, a relação apontou dois jovens líderes brasileiros.
Os representantes do país têm em comum a atuação em regiões periféricas. Mariana Aleixo, 33, está à frente de projetos no complexo da Maré, na zona norte carioca; Thiago Vinícius de Paula da Silva, 32, atua com a democratização do acesso a alimentos orgânicos no Campo Limpo, zona Sul de São Paulo.
Diferentemente dos rankings de bares e restaurantes do 50 Best, a lista com jovens líderes não tem ordem de classificação e foi dividida em categorias com um olhar mais abrangente à gastronomia -produção, tecnologia, educação, indústria criativa, ciência, hospitalidade e ativismo.
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