Pode até ter ressaca, mas, junto dela, um benefício. Seja para o estômago, para dores ou, quem sabe, com propriedades diuréticas? Há 45 anos e três gerações de verdadeiros cientistas uma família de Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo, produz aguardentes de ervas, frutas e outros ingredientes que promovem algum bem-estar ao organismo. Hoje, são 63 rótulos diferentes, que passeiam entre gêneros separados por: amargos, doces, quentes e gelados.
Sim, cachaças geladas. As doses e a forma de tomar continuam as mesmas em um shot e de uma vez só. O diferencial é justamente o sabor. Tem de amendoim, abacaxi, coco, carqueja, boldo, canela, gengibre, limão, conta a atual produtora do Laboratório do Altair, Luiza Maria Proféta, de 62 anos. Ela, que aprendeu as receitas vendo o pai Altair preparando as misturas hoje toca a produção praticamente sozinha. O restante da família ajuda engarrafando, rotulando e pensando em novos sabores, destaca, apontando que são 11 pessoas que já são engajadas no empreendimento.
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Tudo começou na década de 1970, quando o falecido Altair começou a ousar e misturar cachaça com xarope de groselha. A receita dava uma fórmula mais doce, e ainda era tomada quente. Depois começou o laboratório de verdade. Aí foi criada a cachaça de maracujá, que é tomada quente, também. Mas, hoje, essa é que é o carro-chefe daqui, frisa. Perguntada sobre como é a receita, Luiza rebateu: Aguardente, suco e açúcar. Ah, e o ingrediente que é segredo da casa.
Essas receitas, já mais tradicionais, demoram pouco mais de uma hora para serem preparadas. Por outro lado, outras receitas demoram até um ano para que o sabor do ingrediente principal seja bem aproveitado, como é o caso da bebida feita com figo. Nós deixamos as folhas em infusão por um ano. Eu coloco agora, antes do carnaval, e só tiro no carnaval do ano que vem, revela.
Luiza explica que as cachaças geladas, quando prontas, que são abacaxi, amendoim, coco e mangaba, precisam ser produzidas na hora e consumidas pouco tempo depois. As quentes, segundo ela, já podem ficar engarrafadas por até 15 dias até serem bebidas. No verão, é claro que as cachaças geladas é que são as mais pedidas, mas a produtora ressalta que o teor alcoólico de cada mistura varia, bem como a forma de fazer.
No local, a dose de qualquer cachaça custa R$ 3, uma garrafa de 300ml sai por R$ 8, 500ml, por R$ 12, e 1 litro, por R$ 22.
PINGA FITOTERÁPICA
Mesmo com álcool, as substâncias naturais perdem suas propriedades? Não. A nutricionista Estela Reginatto explica que pelo fato de ter álcool, inclusive, os benefícios desses ingredientes são melhor conservados. "Existem medicações à base de álcool, como o própolis", compara, justificando.
Para ela, vale lembrar apenas que o consumo de bebidas alcoólicas, por si só, traz malefícios principalmente ao fígado, órgão que é responsável por metabolizar o álcool. "Não é indicado para quem usa medicações controladas, antibióticos ou está sob algum tratamento desse tipo", completa.
A nutricionista destaca que a dose indicada é de um a dois cálices pequenos por dia, já que algo além disso compromete o controle motor, cognição e concentração. "Tudo, é claro, também depende da idade, do costume de cada um. O importante é manter a ingestão de água alta sempre", conclui.
BENEFÍCIOS
O Prazer & Cia separou os benefícios que algumas dessas cachaças têm:
Boldo: ótimo para curar problemas de digestão e doenças do fígado
Carqueja: combate os gases, ajuda a emagrecer e melhora a digestão
Arruda: tem propriedades analgésicas, calmantes, cicatrizantes e melhora a circulação sanguínea
Canela: acelera o metabolismo e, por isso, é um potente termogênico
Gengibre: como a canela, o gengibre também ativa funções do organismo que estimulam a queima de gordura
Amendoim: com pouco carboidrato, ele é rico em proteínas e vitamina E, além de possuir propriedades afrodisíacas
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