Impossível não lembrar das flores quando a primavera chega. Presentes nos mais diversos momentos da vida, das celebrações às despedidas, elas também desempenham um papel relevante na gastronomia. Mas para isso é necessário um tratamento diferenciado, como relata a produtora de flores comestíveis Lindaura Benevitz, 49 anos, que aproveita as terras férteis de Domingos Martins para cultivar seu jardim.
"O segredo está no cultivo, que é muito delicado e sensível. O cuidado é desde a hora em que se planta, para que se tornem comestíveis". Eventuais problemas que surgem são tratados com chás naturais por Lindaura, que se apaixonou pelas flores durante a faculdade de gastronomia.
A chef Nayara Soares, 32 anos, é adepta do uso das pétalas no cardápio de seu restaurante, o Ubud Cafe, em Vitória, e relata que muitas espécies de flores são comestíveis. No entanto, isso não significa que qualquer flor esteja apta para consumo.
"Existem fornecedores específicos que trabalham de forma orgânica, então não podemos simplesmente pegar uma flor da floricultura e ingerir. A produção precisa ser direcionada ao consumo", explica.
Diante de um produto tão sensível e especial, não bastam somente água e nutrientes para seu desenvolvimento. É o que pensa Lindaura, que desde criança sempre foi admiradora das flores. "As plantas, em primeiro lugar, precisam de amor. Quando vejo alguma tristinha, vou lá e bato um papo com ela. Faz toda a diferença", diz.
Nayara percebeu que as flores poderiam ser protagonistas na culinária durante o tempo em que trabalhou no restaurante D.O.M, do chef Alex Atala, em São Paulo. "As flores deixam de ser decorativas e agregam à entrada, à sobremesa ou ao prato principal. Elas trazem acidez, crocância e principalmente frescor aos pratos".
Antes exploradas apenas nos restaurantes mais sofisticados, as flores hoje ganham as mesas mais diversas, despertando sensações gustativas nos apreciadores da gastronomia.
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