Um terço dos turistas do Espírito Santo que viajaram pelo Estado em 2019 buscaram cultura, segundo revela a pesquisa Pnad Turismo Contínua, do IBGE. Foram 37 mil viagens em busca de patrimônio histórico e cultural, assim como a eventos que valorizam e promovem os bens materiais e imateriais da cultura nas cidades capixabas.
No Brasil, viagens com finalidade cultural também ocorreram em percentuais significativos (27,2%). Segundo o secretário de Estado do Turismo, Dorval Uliana, as festas regionais, como a do Morango, da Polenta e Carretela, seriam o grande atrativo para o público no Espírito Santo.
"A gente não consegue identificar de forma muito exclusiva os incentivos que esses turistas, que buscam cultura, têm, mas há um calendário de eventos que não podemos deixar de lado. Os destinos que têm essa atração cultural geralmente também têm apelo turístico e mais ofertas para as cidades, o que movimenta bastante várias regiões do Estado", detalha o secretário.
Em bate-papo com o Divirta-se, o titular da pasta estadual também destaca que o governo tem visto investimento por parte de empresários para este tipo de ação. "Você percebe que, de uns anos para cá, as festas sediadas no Morangão, Polentão, na região da Pedra Azul, estão muito mais estruturadas e atraindo, realmente, muita gente. O mesmo acontece em outros locais, mesmo que a festa seja comercial", pontua.
Quando fala em comercial, o secretário se refere às celebrações que não são típicas daquele local em que são sediadas, como é o caso do Santa Teresa Jazz, o SantaJazz, que acontece anualmente na cidade homônima. Outro exemplo é a realização de shows nacionais exclusivos, como acontecem em Colatina e Barra do Sahy.
"São eventos completamente comerciais, mas que levam muita gente da região Metropolitana até o interior. E que essas pessoas acabam consumindo diversos serviços que incentivam aos produtores e empresários a continuarem apostando neste tipo de atividade", exemplifica.
Vale lembrar que, segundo o Pnad, o Espírito Santo foi destino de 406 mil viagens nacionais. A pesquisa aponta que, além da cultura, as viagens por motivo de lazer no Estado também tiveram a finalidade para ecoturismo e viagens de aventura (31,9%), para turismo de sol e praia (19,1%) e outros tipos de lazer (15,7%).
O principal meio de transporte utilizado nas viagens foi o carro particular ou de empresa (45,2%) e a casa de amigo ou parente era o principal local de hospedagem, representando 49,4% dentre as alternativas, no Espírito Santo.
Todos esses aspectos regionais podem ser um trampolim e tanto para os empresários capixabas surfarem em uma onda positiva de retomada do turismo pós-pandemia do coronavírus. "Como temos falado, o capixaba tem buscado mais esse tipo de viagem curta. Os hotéis, restaurantes e bares, têm tudo para se aproveitar disso. Há viabilidade para muitas ações, inclusive virtuais, e há conversa constante para que os setores ofereçam nota 'A' em pacotes para atrair visitantes", afirma Uliana.
Apesar de para 2020 não haver confirmação de nenhum evento como os que foram citados nesta reportagem, Uliana também vê oportunidade nas modalidades virtuais nestes casos. "Hoje em dia, com uma divulgação boa, você consegue atingir um público que nem sempre iria presencialmente ao evento. Então pode ser uma experiência que pode ser feita em boa hora", fala, indicando possíveis lives.
De acordo com levantamento da Setur, a rede hoteleira do Estado vem tendo uma recuperação muito lenta e, agora, está em média de 35% a 40% ocupada. "Não há um aquecimento significativo porque o fluxo diminui drasticamente. Era para termos algumas feiras comerciais nesta época do ano, mas nenhuma será realizada em função da Covid", lamenta.
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