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Turismo do ES tem 2° pior desempenho do Brasil em 2020, mas prevê retomada

Turismo do ES tem 2° pior desempenho do Brasil em 2020, mas prevê retomada

Boletim apresentado à imprensa nesta quinta (4) revela que Espírito Santo só perdeu para o Distrito Federal em relação ao desempenho do turismo no primeiro trimestre de 2020

Publicado em 4 de junho de 2020 às 18:28

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Imagens aéreas da Terceira Ponte com a cidade de Vitória ao fundo
Imagens aéreas da Terceira Ponte com a cidade de Vitória ao fundo. (Luciney Araújo)

No primeiro trimestre deste ano, o Espírito Santo só ficou atrás do Distrito Federal no ranking dos estados com pior desempenho nas atividades ligadas ao turismo, de acordo com boletim do governo do Estado divulgado à imprensa na tarde desta quinta (4). O documento, elaborado em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ainda revela queda de volume de demanda de 12,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior – retração que já é consequência da crise do novo coronavírus no Brasil.

O coordenador de Economia do IJSN, Antônio Ricardo Rocha, que apresentou o ranking, ainda completou que o volume da atividade turística no Espírito Santo apresentou queda em todas as bases de comparação do boletim. “A receita também teve queda em todas as comparações, exceto no acumulado de quatro trimestres”, completa.

Gráfico do boletim do turismo do primeiro trimestre de 2020 no Espírito Santo
Gráfico do boletim do turismo do primeiro trimestre de 2020 no Espírito Santo. (Setur/IJSN/Reprodução)

O boletim só leva em consideração dados colhidos entre o primeiro dia de janeiro e o último de março. Portanto, a próxima edição do estudo deve detalhar ainda mais as perdas que o turismo sofre com a Covid-19 no Estado.

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Próximo boletim deve ser ainda mais drástico, mais impactante. Hoje toda a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) está posicionada para a retomada do fluxo turístico no Espírito Santo. Os turistas precisam voltar

Dorval Uliana
Secretário de Estado do Turismo
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SELO DE TURISMO SEGURO

A recuperação do setor, em contrapartida, pode estar próxima, conforme prevê Uliana. O secretário, como já adiantou ao Divirta-se, é um dos representantes do turismo que tomou frente para participar da construção de diretrizes que vão guiar um selo de qualidade que será distribuído pelo Ministério do Turismo. A expectativa é que o Espírito Santo já abrigue eventos e volte a ter turistas circulando no segundo semestre deste ano, mesmo período em que a essa ação deve começar a valer.

Uliana elenca o Festival de Inverno de Guaçuí, o Festival de Camarão e a Maratona Internacional da Região de Pedra Azul como três exemplos de datas no calendário que estão passíveis de acontecerem ainda em 2020.

“Catorze protocolos estruturados e validados pela Anvisa já estão prontos. Nós tínhamos a expectativa de qu,e no início desta semana, eles tivessem sido publicados, mas isso não aconteceu ainda. (Isso deve acontecer) no máximo até segunda-feira. Aí faremos mais esse esforço de levar ao empreendedor medidas seguras que devem ser seguidas”, fala.

Durante o anúncio do boletim, também participou de coletiva virtual o coordenador-geral de Produtos Turísticos do Ministério do Turismo, Cristiano Borges, que reiterou a implementação do selo nos Estados brasileiros. “Temos trabalhado junto dos Estados na questão do selo, que o secretário já mencionou, e percebemos junto dessa ação algumas tendências que os turistas devem manifestar nesse momento de retomada das atividades”, corrobora.

AS TENDÊNCIAS

De acordo com Borges, quando decidirem voltar a viajar, os turistas do pós-pandemia vão se ater com mais cuidado a alguns detalhes da viagem, como especificidades ligadas à limpeza de cada local e garantias do passeio. “A retomada deve ser lenta e gradual. Neste primeiro momento, esperamos que haja viagens mais curtas, de até 300 quilômetros”, afirma.

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Outra tendência é a busca por locais menos explorados. Em especial, locais que estejam ao ar livre. E isso aponta preferência por turismo rural e agroturismo, que devem receber o foco inicial dos turistas

Cristiano Borges
Coordenador-geral de Produtos Turísticos do Ministério do Turismo
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O coordenador-geral também enxerga que o período de isolamento mostrou a importância de os estabelecimentos turísticos estarem bem relacionados com o ambiente digital: “A digitalização dos serviços é outra tendência e o serviço turístico foi muito afetado nesse sentido. Quem não se digitalizou viu que isso afeta muito e investiu nesse aspecto”.

OS NÚMEROS

Durante a coletiva desta quinta (4), Uliana apresentou outros números que mostram o impacto que a crise do coronavírus gera no Estado.

  • No Espírito Santo, 7.159 empresas atuam em atividades características do turismo.

  • Na primeira semana de maio deste ano, o Aeroporto de Vitória operou apenas com 5% de sua capacidade total.

  • Os guias de turismo estão 100% paralisados; eventos estão 98% paralisados; meios de hospedagem estão 93% parados; bares e restaurantes estão 60% parados.

  • No Estado, 177.923 pessoas se ocupam em atividades ligadas ao turismo. Destas, 104.845 são formais e 73.078, informais. A média salarial é de R$ 1.822,24.

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Gráfico do boletim do turismo do primeiro trimestre de 2020 no Espírito Santo
(Setur/IJSN/Reprodução)

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