Produtores de verduras e hortaliças foram impactados pela cheia do Rio Doce em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Doze famílias do bairro Maria das Graças perderam praticamente toda a produção que ficou embaixo da água. De acordo com os agricultores, o prejuízo pode chegar aos R$ 100 mil e serão necessários quase quatro meses para recuperar toda a plantação.
O nível do Rio Doce atingiu 7,89 metros e alagou as áreas mais baixas de Colatina, como as hortas do bairro Maria das Graças. Apesar do nível do rio já ter baixado, ele deixou um rastro de destruição e prejuízo. A lama ficou nos canteiros e agora os produtores terão trabalho dobrado para limpar o local e depois recomeçar a produção que é o único sustento para a maioria das famílias atingidas.
O produtor Ronaldo Sérgio contou que água do Rio Doce invadiu a sua propriedade e passou de um metro de altura.
Eu planto couve, quiabo, abóbora, cebola e milho e perdi tudo. Agora vamos limpar isso e começar tudo de novo, mas não podemos parar, contou o agricultor.
Outro produtor afetado pela cheia do Rio Doce, Edinir Antônio Fachetti, conta que perdeu mais 90% da sua plantação e para recuperar todo esse prejuízo vai precisar de alguns meses.
Para recomeçar a produzir nós vamos levar entre três e quatro meses, tem todo o trabalho de recuperação e limpeza e depois nós vamos começar a preparar o solo para retomar a produção, disse.
Além dos prejuízos causados pelo alagamento, os agricultores de Colatina têm outra preocupação. Segundo eles, a lama que ficou acumulada nos canteiros pode estar contaminada. Os produtores acreditam que a enchente trouxe rejeitos de minério que ainda estão no Rio Doce desde a época do rompimento da barragem de Mariana em novembro de 2015. Depois do desastre que atingiu o rio, essa foi a primeira grande enchente.
Além da preocupação com a contaminação da terra e das verduras e hortaliças que são produzidas no local, os produtores também ficam receosos de trabalhar em meio a lama que pode estar contaminada, alegando que pode causar danos a saúde.
A Fundação Renova, organização não governamental criada para reparar os danos causados pelo desastre de Mariana, disse que não há evidências de que o rompimento da barragem tenha aumentado a turbidez, que é a quantidade de partículas de sujeira na água, neste período de cheia do Rio Doce. Disse ainda que trabalha para que todas as pessoas que sofreram danos comprovados sejam indenizadas.
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