A alta nos preços dos combustíveis no Brasil afeta de forma direta os produtores rurais capixabas. Os trabalhadores precisam viajar longas distâncias do interior do estado até as feiras urbanas para comercializar seus produtos.
É este o caso da agricultora capixaba Elisete Gabriel Jensen, de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo. Ela costuma vender as hortaliças colhidas em um espaço nas Centrais de Abastecimento do ES (Ceasa), em Cariacica, na Grande Vitória mas o custo da operação aumentou e já não é garantido que ela permaneça no local.
“Não está mais valendo a pena. O custo de levar na Ceasa e vender lá está cada vez mais complicado. Os preços [tabelados] agora estão bons, mas quando eles abaixarem de novo, aí que não vai valer mais a pena mesmo", disse a produtora rural.
Por semana, Elisete gasta cerca de R$ 1500 para manter as máquinas e cobrir custos de deslocamento. Por isso, a agricultora agora optou por comercializar a colheita apenas para centros de distribuição em Santa Maria de Jetibá, que destinam os produtos para supermercados.
De acordo com o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Egnaldo Andreatta, essa é a alternativa encontrada por muitos agricultores, porém, não representa o cenário ideal.
Além de não ter o contato direto com o produtor rural, o consumidor também sente diferença nos preços, já que para chegar até as prateleiras dos mercados há diversas etapas que encarecem o valor final do produto.
"Nas feiras, além da parte financeira, que é o dinheiro que vem da mão do consumidor para o produtor rural, tem o produto fresco da roça indo direto para a mão do consumidor. Isso a gente não vê em nenhum lugar além das feiras", afirmou o representante do sindicato.
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