Um único grão, mas com vários sabores e aromas. O tradicional cafezinho ganhou diferentes nuances nas mãos de mestres de torra de todo o país. Um lote de arábica de Vila Pontões, em Afonso Cláudio, na região serrana do Estado, por exemplo, gerou seis diferentes versões e virou o café premium da Nescafé, da Nestlé.
O produto do trabalho dos mestres de torra foi lançado na última quarta-feira (20), em Belo Horizonte (MG), no primeiro dia da Semana Internacional do Café (SIC). Ele foi escolhido entre 20 produtores de seis regiões do país e se tornou o café com maior pontuação da empresa.
De acordo com a Nestlé, os grãos foram escolhidos em conjunto pelos seus mestres de torra. O aroma, doçura e frescor foram pontos chaves para a seleção dele. "Esse é um projeto para trabalhar as possibilidades que envolve o grão. Cada um tem diferentes interpretações de acordo com a torra. Ele não está à venda, mas pretendemos, mais adiante, selecionar algumas dessas torras especiais para levar ao público", explica Raquel Muller, diretora de cafés da Nestlé.
Os grãos pontuaram em 86,75. Mas o mestre de torra Donierverson dos Santos conta que o que mais se destacou foi a complexidade de sabores e perfumes. "A acidez, o aroma, o sabor da prova que fizemos foram muito importantes para a escolha dele. Toda essa complexidade de sabores, às vezes, é mais importante do que o número em si", comenta.
Bruna Mussolini, Donierverson dos Santos, Hugo Wolff, Leandro Paiva, Tiago de Mello e Thiago Sabino foram os mestres responsáveis pela torra do grão. Bruna destaca a importância de fazer um bom trabalho para valorizar o produtor.
"Pesquisei vários fatores sobre o café para poder traçar uma linha de como desenvolver a torra. Bolei cinco, nenhuma ficou do jeito que eu queria. Na sexta tentativa decidi fazer algo completamente diferente do que havia planejado e consegui chegar em um café único", lembra.
O café escolhido para a missão de torra foi do produtor de 49 anos Luciano Pimenta. Ele forneceu cinco sacas de 60 quilos para os mestres de torra trabalhar o produto. A propriedade dele fica em uma altitude média de mil metros acima do nível do mar. Por ano ele produz 350 mil sacas de café especial.
"Essa é uma oportunidade que vai abrir portas não só para a gente, mas para todos os produtores de café", conta o produtor.
"Começamos a mexer com cafés especiais em 2011, mas o cultivo vem desde os meus avós. No início foi para conseguir um preço melhor, mas depois fomos vendo que a propriedade começou a se tornar mais sustentabilidade e continuamos", acrescenta Luciano.
A reportagem de A Gazeta viajou a convite da Nestlé para a Semana Internacional do Café (SIC) 2019, dos dias 20 a 22 de setembro.
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