Uma situação anormal causou prejuízo para um produtor de batata-baroa no município de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo. Ao dar início à colheita do tubérculo, o agricultor Elson De Nadai percebeu que as batatas "cozinharam" debaixo da terra devido às altas temperaturas na região. O vídeo que abre esta reportagem mostra imagens impressionante do fato que é considerado inédito no Estado.
Fonte de carboidratos e vitaminas, a batata-baroa exige temperaturas médias entre 10ºC e 25ºC, se adaptando bem ao clima ameno da região Serrana do Espírito Santo — o que fez os produtores apostarem nesse cultivo. Mas o calor acima dos 30ºC nos últimos tempos e a falta de chuvas fizeram com que praticamente 60% da plantação fosse afetada.
À repórter Tarciane Vasconcelos, da TV Gazeta, o agricultor contou que a irrigação não foi suficiente para conter os estragos do calor. Debaixo da terra, a temperatura subiu ainda mais e cozinhou as batatas. "Mesmo molhando todos os dias, a batata chegou a cozinhar embaixo da terra. É raro a temperatura aqui passar dos 30ºC, mas tivemos um período de 22 dias sem chuva nenhuma, o que degradou a plantação", lamentou. As condições tornaram o produto inviável para venda. A fermentação da batata-baroa no solo faz com que o tubérculo apodreça mais rápido.
O engenheiro agrônomo João Medeiros, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), explicou que essa foi a primeira vez que houve registro do fenômeno no Espírito Santo. No início do ano, grande parte do país enfrentou várias ondas de calor com temperaturas até 5ºC acima da média para o período.
Segundo o especialista, isso também favoreceu a entrada de microrganismos e fungos na plantação, acelerando o processo de degradação. "A batata-baroa é muito sensível, e quando acontece em uma, passa para a outra. Apesar de nunca ter acontecido antes, a gente percebe que isso é decorrência do calor", explicou.
(Com informações do g1 ES)
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta