O Brasil registra um aumento no consumo dos cafés especiais em relação aos grãos utilizados no dia a dia pelas famílias. Nesse mercado, o Espírito Santo tem se consolidado como referência no país.
O assunto foi discutido no painel "Inovações tecnológicas para produção de cafés especiais: tecnologias de processamento; tecnologia de secagem e armazenamento; conceitos de torra para cafés especiais" promovido na TecnoAgro 2022, evento promovido pela Rede Gazeta em Linhares, no Norte do Estado.
A feira reúne expositores, produtores rurais, investidores e lojistas para discutir as oportunidades de avanço para os negócios do campo com foco na revolução tecnológica de práticas e processos, antecipando tendências de mercado para unir tecnologia e produção rural.
De acordo com Douglas Gonzaga, que é extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o Espírito Santo é conhecido pela produção de cafés exóticos saborosos. Por isso, atrai cafeterias do Brasil e do mundo.
"Enquanto o consumo de café tradicional cresce em torno de 1,5% a 2% ao ano, a busca pelos cafés especiais cresce em torno de 15% a 20% ao ano. A prova de que o Estado é uma referência na produção de cafés especiais está nos resultados, na nossa participação nos concursos, sempre figurando entre os primeiros lugares, tanto no arábica quanto no conilon", destaca Douglas.
Na avaliação dele, o sucesso está relacionado ao trabalho de pesquisa e à criação de tecnologias para a produção de cafés especiais sendo aplicadas no campo junto aos agricultores pelos extensionistas da iniciativa privada e do setor público.
O engenheiro agrônomo Rodrigo da Silva Dias é presidente da Associação dos Produtores de Cafés Especiais das Montanhas do Espírito Santo (Acemes). Durante o evento, ele citou a importância do trabalho de orientação aos produtores rurais.
"O produtor está no dia a dia da propriedade, mas depende da orientação técnica para culminar com a produção de cafés especiais. A indicação geográfica é reconhecida pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em duas modalidades que é a Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (DO)", destaca Rodrigo.
"O território capixaba como um todo ficou reconhecido como indicação de procedência. O meio geográfico Estado do Espírito Santo produz um café conilon especial. O conceito de uma IP é quando eu tenho uma determinada região, território ou município reconhecido pela produção de determinado produto", destaca.
Ele complementa dizendo que a DO envolve as montanhas capixabas com 16 municípios, e o Caparaó com mais 16 - sendo 10 capixabas e seis mineiros. Isso significa que, além do território ficar conhecido pela produção de um determinado produto, a qualidade desse produto se deve, essencialmente, às condições naturais e humanas.
"Então, a assistência técnica de empresas privadas é importante para a gente continuar produzindo cafés especiais que encantam o mundo", completa o presidente da associação.
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