Produtores de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo, têm ampliado o cultivo em estufas. Além de agregar valor à produção agrícola, a técnica tem crescido por possibilitar diversos cultivos com um diferencial: o controle de condições externas, como temperatura, irrigação e umidade; proteção contra pragas; e mais segurança no momento do plantio e da colheita.
Há 17 anos, o produtor Denivaldo Poleto utiliza o sistema, sendo o primeiro a cultivar pimentão colorido em estufas.
Na propriedade dele, há 150 estufas em cerca de 7 hectares. Toda produção de flores, tomate e pimentão é cultivada no sistema, que traz vários benefícios, como facilidade do controle de pragas e manejo das plantas. “É tudo fechado, tudo tela antivírus, então as pragas não conseguem entrar”, conta Denivaldo.
O produtor explica que, na região, o plantio desse pimentão só é possível graças ao sistema de estufa, já que, se fossem plantados em campo aberto, os pés até cresceriam, mas não produziriam nenhum fruto. “O pimentão colorido não produz em campo aberto, ele não aguenta a chuva nem o pós-colheita”, enfatiza o produtor.
E não é só na propriedade do Denivaldo que o sistema de estufa tem ganhado espaço. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), nos últimos seis anos, houve um crescimento do sistema de estufa no Espírito Santo. “Aumentou muito nos últimos anos na Região Serrana de um modo geral: Venda Nova, Santa Maria e em outros municípios. É um caminho sem volta”, aponta.
Em Venda Nova do Imigrante, é comum encontrar o sistema de estufas nas mais diferentes propriedades. Bruno Cesconeto é produtor de tomate e tudo é plantado na estrutura. São 200 mil pés de tomates dos tipos mesa, cereja e italiano, com um aumento de 30% na produção após a implementação.
“Quando a gente migrou o sistema, o principal motivo foi para minimizar perdas. A gente tinha uma perda gigantesca por causa de pragas, doenças e também em decorrência das chuvas, que davam muita avaria na mercadoria. Então, tinha uma qualidade muito inferior”, ressalta.
No momento, a instalação da estufa ainda representa um custo alto para o produtor, mas quem aderiu garante que vale a pena. “Quando você calcula a dificuldade do campo aberto, a perda que você tem, a segurança que ele também te transmite [...] É um preço a se pagar pela segurança”, explica Bruno.
*Com informações do repórter Gustavo Ribeiro, da TV Gazeta Sul
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