Aprender fazendo. Este é o caminho que jovens e adolescentes que estudam nas 18 Escolas Família Agrícola (AFA) do Espírito Santo percorrem diariamente. Nessas instituições, os anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio ultrapassam as paredes da sala de aula.
Mantidas pelo Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes), com apoio das prefeituras e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), essas escolas transformam o amor pela vida no campo, que geralmente vem de berço, em conhecimento técnico. Logo, a paixão pela terra faz com que os alunos também se tornem, ao final do processo, profissionais da agropecuária.
“Nós temos ex-alunos que trabalham na Secretaria de Agricultura de Cachoeiro, outros estão em cooperativas e também na própria propriedade. Alguns fazem atividade externa de consultoria, que também é um mercado bastante interessante e muito crescente atualmente”, contou o diretor da Escola Família Agrícola (EFA) de Cachoeiro de Itapemirim, Marcelo da Paschoa.
Nos últimos 12 anos, apenas na EFA de Cachoeiro, localizada no distrito de Pacotuba, mais de 200 técnicos em Agropecuária foram formados. E as técnicas aprendidas, que vão além do português e da matemática e envolvem conteúdos de zootecnia e agricultura, ajudam a criar oportunidades, emprego e renda sem sair do campo.
Para o estudante do Ensino Médio Arnaldo Carlos Viana, de 17 anos, as aulas técnicas oferecidas pela Escola Família Agrícola fazem com ele e tantos outros alunos somem experiências ao final dos quatro anos.
“A gente já fez trabalho de compostagem, de educação de causas naturais. Teve o trabalho que fizemos no final do ano passado sobre nutrição animal, em que coloquei em prática as questões com os meus animais, de desenvolver a nutrição deles. Eu aprimorei os conhecimentos, estudei um pouco mais. Sem falar em outras experiências”, destacou.
Das 18 Escolas Família Agrícola em todo o Espírito Santo, cinco estão localizadas nas regiões Norte e Sul do Estado, quatro no Noroeste, duas na Serrana e uma na Grande Vitória — além da Escola Família de Turismo (EFTUR), em Anchieta (confira a lista completa abaixo). Todas essas instituições, exceto a última, funcionam no regime de semi-internato, ou seja, os alunos passam uma semana na escola tendo aula e a outra em casa pondo em prática os conteúdos.
Nascida e criada na zona rural, a também estudante Jessica de Loiola, de 18 anos, vem de uma família que cultiva café há anos, o que contribuiu para ela se matricular na EFA de Cachoeiro assim que descobriu a escola. "Eu estudava em uma escola onde não tinha o curso técnico e descobri essa escola. Tive vontade de vir para cá para aprofundar mais o meu conhecimento na área da zona rual”, disse.
Atualmente, todas as instituições estão com o período de matrículas aberto. Segundo o Mepes, a matrícula é feita diretamente na escola. São ofertadas vagas para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio com o Curso Técnico em Agropecuária. O período de matrículas e rematrículas vai de 1º de outubro a 27 de janeiro, e é organizado na seguinte forma:
Vale destacar que a quantidade de vagas ofertadas varia conforme as escolas. Porém, no geral, ainda segundo o Mepes, são 35 para cada turma dos anos finais do Ensino Fundamental e 40 para o Ensino Médio.
Com informações da repórter Alice Sousa, da TV Gazeta Sul
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta