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Pesquisas no ES desenvolvem frutas mais resistentes a pragas e doenças

Pesquisas no ES desenvolvem frutas mais resistentes a pragas e doenças

Mamão e banana, frutas mais produzidas no Estado, são alvo de estudos contra pestes que erradicam lavouras

Publicado em 9 de setembro de 2024 às 15:03

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Incaper criou linhagem de
banana-prata que não é afetada
por determinadas doenças
Incaper criou linhagem de banana-prata que não é afetada por determinadas doenças. (Shutterstock)

A fruticultura no Espírito Santo vem batendo recorde de crescimento. Dados do Painel Agro, que monitora a agropecuária capixaba, mostram que o valor da produção de frutas atingiu a marca de R$ 2,8 bilhões, o maior da história, em uma área colhida de mais de 73,4 mil hectares, em 2022. Esse resultado é fruto do melhoramento genético e do trabalho de extensão feito com o objetivo de levar essas novidades tecnológicas ao campo.

Entre as frutas mais cultivadas no Estado estão o mamão, responsável por quase metade da safra capixaba, com a produção chegando ao valor de R$ 1,2 bilhão, seguido da banana (R$ 720 milhões), do cacau (R$ 141 milhões), do coco-da-baía (R$ 138 mi), do abacaxi (R$ 131 milhões) e do morango (R$ 130 milhões).

A região que se destaca no plantio do mamão é o Norte, com as cidades de Linhares, Aracruz, Sooretama, Jaguaré, São Mateus, Conceição da Barra, Pinheiros, Boa Esperança, Pedro Canário, Montanha e Mucurici.

Essas localidades receberam pesquisas nos últimos anos, consolidando o Estado como o maior exportador do fruto do país, conforme explica o pesquisador Renan Batista Queiroz, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

“O Incaper está junto à cultura do mamão desde o início, isso em 1976. Desde então, muitas pesquisas foram realizadas, contribuindo para a valorização e evolução constante dessa fruta. Podemos citar a indicação de materiais genéticos mais adaptados para a região, manejo fitossanitário (permitindo exportação), adubação, tratos culturais, etc. São cerca de 600 trabalhos publicados sobre essa cultura”, detalha.

O pesquisador ressalta que as pesquisas são muito importantes para fortalecer as cadeias produtivas e dar sustentação diante aos problemas e dificuldades que vão surgindo ao longo dos anos.

Renan Batista Queiroz, pesquisador do Incaper
Renan Batista Queiroz, pesquisador do Incaper. (Divulgação)
Aspas de citação

A pesquisa é dinâmica e nunca acaba. Hoje, um dos gargalos para a produção de mamão no Espírito Santo está na área de fitossanidade, envolvendo pragas e doenças (viroses), além de aspectos relacionados à pós-colheita

Renan Batista Queiroz
Pesquisador do Incaper
Aspas de citação

O que as pesquisas têm focado mais agora é em melhorar cada vez mais a qualidade dos frutos e reduzir custos com novas tecnologias para manejo das lavouras.

Na outra ponta do Estado, no Sul, a produção que se destaca é a da banana, segunda fruta mais produzida em território capixaba. Um dos estudos mais consolidados para potencializar a fruticultura, inclusive, está relacionado ao fruto, segundo o agente de extensão Alciro Lazzarini, coordenador do Polo Regional Litoral Sul, do Incaper.

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"Há mais de 30 anos, o Incaper vem trabalhando com o melhoramento de genótipo de banana com essas características de resistência às doenças, que seriam o mal-do-Panamá, a sigatoka-amarela e a sigatoka-negra. E, em 2005, o Instituto chegou ao auge da pesquisa e entregou à sociedade duas cultivares de banana do subgrupo prata, resistentes a essas doenças", relembra Lazzarini.

A partir de então, o Incaper fez um evento para divulgar essas cultivares e, com um fomento da Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), foram produzidas 200 mil mudas de banana para serem entregues aos produtores capixabas para que as plantações ficassem resistentes às pragas.

Alciro Lazzarini, coordenador do Incaper no Sul do ES
Alciro Lazzarini, coordenador do Incaper no Sul do ES, relembra como o Estado chegou as primeiros 2 mil hectares de bananas resistentes a doenças. (Divulgação)

O órgão, então, coordenou o trabalho e distribuiu 200 mudas para cada produtor. No acordo estabelecido, cada um deles assumiu o compromisso de distribuir o dobro de mudas para outros dois agricultores, assim que as bananas começassem a produzir. “Ou seja, se ganhou 200, precisa passar 400, 200 para o produtor A e mais 200 para o produtor B. E esses que foram beneficiados também precisavam cumprir com esse compromisso”, conta Lazzarini.

Isso fez com que o Estado chegasse a ter 2 mil hectares de bananas resistentes a essas doenças. O trabalho, no entanto, não parou por aí. Ao longo dos anos, foi necessário ajustar a adubação dessas novas mudas, levar algumas plantas novamente para laboratório e continuar as pesquisas para não perder a qualidade do fruto. 

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