Referência na cultura da pimenta-rosa, o Espírito Santo também vive um crescimento da exportação do produto. Segundo a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper, Fabiana Ruas, até 2022 era exportada uma média de 700 a 800 toneladas da especiaria. Para 2023, a previsão é de uma safra de mais de mil toneladas, ganhando o mercado de outros países.
Os principais mercados consumidores da nossa pimenta-rosa são a Europa (a nível internacional) e São Paulo (a nível nacional). Em se tratando do produto pronto para consumo, o quilo chega a R$ 220. “Ela é cara quando se fala do quilo pronto. Mas, como se usa muito pouco, e esse é o segredo do uso, é uma pimenta de cheiro, acaba-se comprando gramas para consumo”, pontua Fabiana.
A pimenta-rosa é muito usada na elaboração de diversos produtos, indo muito além do uso gourmet, ou seja, na culinária. “Os resíduos da lavoura vão para a destilação e a produção de óleos essenciais, cosméticos, perfumaria, fertilizantes, desinfetantes, mel, cachaça, cerveja, etc”, cita a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper.
Hoje, com sua extração mais concentrada no Sul do Espírito Santo e sua indústria mais focada no Norte (região que também tem a atividade de extrativismo), a pimenta-rosa tem ido bem no manejo no campo.
A pequena, levemente picante e adocicada pimenta-rosa é destaque em São Mateus, no Norte do Espírito Santo, considerada a capital capixaba das especiarias. E a produção da cidade conquistou o selo de Indicação Geográfica (IG), uma marca importante para todo o Estado, que é o maior produtor do fruto no país.
Isso quer dizer que a especiaria atende aos padrões de qualidade para a exportação e agora pode chegar ao mundo todo. Para a produtora Ana Paula Martin, o reconhecimento trará benefícios. “É a garantia do mercado e da qualidade do nosso produto. Reconhecimento nacional e internacional”, disse.
O trabalho começou em 2020, com orientação de profissionais do (Incaper) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “Nós passamos cerca de 3 anos fazendo reuniões mensais com as associações, adequando tudo que elas precisam, no campo, com as boas práticas, higiene”, comentou Fabiana Ruas.
O diferencial de São Mateus é que na região do litoral da cidade há um solo propício para a plantação, que é arenoso e drenado. Com essas condições e o selo obtido, tem mais gente interessada em produzir a pimenta-rosa, explica o diretor administrativo da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), Erasmo Negris.
O trabalho agora é manter a qualidade do produto, segundo Fabiana Ruas. “Tem que ter pessoas dentro da organização. Bom controle de qualidade para manter o reconhecimento.”
Apesar do cenário, a cultura da pimenta-rosa também enfrenta desafios, sendo a legalização do produtor o principal. “Queremos que o produtor possa acessar os mercados e vender seu produto legalizado, com agregação de valor. Cada produto precisa ter sua licença, os selos necessários dos órgãos responsáveis. O potencial a gente sabe que tem”, declara a coordenadora de Recursos Naturais do Incaper.
Com informações de Vinícius Lodi
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