Produtores rurais de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, que moram na localidade de Garrafão, estão enfrentando uma dificuldade para escoar a água que acumula nas propriedades. O motivo, segundo eles, é o assoreamento do Rio Muqui, que vem aumentando ao longo dos anos.
No total, são 70 produtores que estão com áreas utilizadas para a produção das propriedades ocupadas com água do rio. O assoreamento é quando uma camada de solo vai para o leito do rio e forma bancos de areia. Isso, que é processo natural ao longo dos anos, pode ser potencializado com as ações do homem.
O produtor Luciano Maitan contou que o Rio Muqui sofreu uma alteração em seu percurso na década de 60 e isso pode ter gerado esse problema no leito do rio. “A situação do Rio Muqui é muito complicada. Fizeram uma reta de 8 quilômetros no Rio porque ele era sinuoso e a areia que desce se acumula toda em frente às nossas propriedades, nesse vale. O assoreamento está tomando conta. Eu não tenho mais pastagem, hoje eu tenho que comprar cana para os animais e isso torna o custo do leite, que é meu produto principal, inviável. Tratar o gado no cocho 24 horas por causa do alagamento é inviável”, afirma.
De acordo com os produtores, há cerca de dez anos, quando começaram os alagamentos nas propriedades, a água escoava em período de 30 dias, agora, o tempo que a água fica parada dentro das propriedades já chega a oito meses, causando prejuízo aos produtores.
O produtor Augusto Miguel disse que precisou se desfazer de 14 animais e diminuir o rebanho porque não tem alimento na propriedade. “Caiu no mínimo 70% a minha produção e você gasta muito com ração. Tem que estar sempre vendendo alguma coisa para pagar outra porque aquilo que você está produzindo não dá pra fechar a conta. Essa água não desce. A gente espera isso para novembro, mas estamos assim desde maio. O prejuízo é muito grande”, disse.
A Prefeitura de Itapemirim informou que a orientação é que os produtores rurais de Garrafão solicitem uma avaliação técnica do Meio Ambiente para que a Secretaria Municipal de Agricultura, após a estiagem, possa executar a limpeza dos canais e a calha do rio cujo serviço depende da liberação e autorização ambiental, tendo em vista tratar-se de uma bacia hidrográfica que corta diversas propriedades da região.
A Prefeitura disse ainda, que a situação foi agravada em função do grande volume de chuvas que caiu no município nos últimos dias.
Com informações de Gustavo Ribeiro/TV Gazeta Sul
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