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Restos de alimentos das refeições no restaurante da Ufes vão virar biogás

Restos de alimentos das refeições no restaurante da Ufes vão virar biogás

Instituto Kiri fecha acordo para reaproveitar resíduos orgânicos do RU, no campus de Goiabeiras, e transformá-los em combustível

Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 14:05

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Restaurante universitário da Ufes, em Goiabeiras, será reaberto
Restaurante da Ufes, no campus de Goiabeiras, terá resíduos transformados em biogás. (Rafael Zambe)

O Instituto Kiri fechou o primeiro acordo para transformar resíduos orgânicos gerados durante as refeições no Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em biogás. O combustível produzido poderá ser utilizado pelo próprio RU para a preparação da alimentação diária de estudantes, funcionários e frequentadores do campus de Goiabeiras, em Vitória.

A transformação dos restos de alimentos em biogás será por biodigestores. A implementação desses equipamentos e a criação desse sistema por parte do instituto foi garantida através de uma parceria com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti).

Os biodigestores têm a capacidade de transformar 300 quilos de resíduo orgânico, em média, em  uma quantidade de biogás equivalente a 2,5 botijões de gás por mês, explica a presidente do Instituto Kiri, a engenheira química Simone Klein.

Simone explica que o trabalho no RU da Ufes será o primeiro passo do projeto. Depois, o mesmo modelo poderá ser replicado para os campus de Maruípe, Alegre, Linhares e São Mateus. “No segundo momento, pretendemos expandir esse formato para as escolas públicas e para o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)”, detalha a presidente do instituto.

Restos de alimentos das refeições no restaurante da Ufes vão virar biogás

Como funciona a transformação dos resíduos em biogás

O biodigestor a ser instalado no Restaurante Universitário da Ufes vai decompor materiais orgânicos, como restos de comida, resíduos agrícolas ou esterco, e transformá-los em biogás por meio de um processo chamado digestão anaeróbica. O biogás produzido a partir dessa transformação vai ser utilizado como uma fonte de energia renovável para gerar energia, como biogás e biofertilizante. Os biodigestores podem transformar 300 quilos de resíduos em biogás, numa quantidade equivalente a 2,5 botijões de gás ao mês.

Exemplo de biodigestor que transforma resíduo sólido em biogás
Exemplo de biodigestor que transforma resíduo sólido em biogás. (Reprodução)

Expansão do projeto

O Instituto Kiri foi criado por quatro mulheres com atuação ligada à temática ESG (do inglês Environmental, Social, Governance, ou Governança ambiental, social e corporativa em português). São elas: a engenheira química Simone Klein, que é a presidente; a economista Maíra Chagas Welerson, vice-presidente; a engenheira bioquímica Mirella Cristina Nicolletti, diretora técnica; e a engenheira civil Monnique Damasceno, diretora administrativa.

O objetivo do instituto é fazer uma gestão inovadora de resíduos e implementar estratégias criativas para a transição energética. Segundo Simone, o Instituto nasceu com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, apresentando a possibilidade de fazer uma gestão mais inovadora de resíduos gerados na agricultura e em restaurantes, por exemplo, de forma estratégica, transformando-os em energia. 

“Hoje, de acordo com o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, não há uma sistemática funcional que trate adequadamente a disposição de resíduos sólidos urbanos. Há o predomínio do uso de aterros sanitários. Queremos mudar essa realidade e transformar o Espírito Santo em uma referência quando o assunto for geração de biogás”, informa Simone Klein.

De acordo com a presidente do instituto, outro objetivo é levar esse conhecimento para as escolas e também atuar fazendo conexão entre empresas e organizações que buscam sustentabilidade. "Queremos contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. Quem está investindo nisso está interessado em ativar a economia circular e criar uma comunidade sustentável", observa.

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