O Instituto Kiri fechou o primeiro acordo para transformar resíduos orgânicos gerados durante as refeições no Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em biogás. O combustível produzido poderá ser utilizado pelo próprio RU para a preparação da alimentação diária de estudantes, funcionários e frequentadores do campus de Goiabeiras, em Vitória.
A transformação dos restos de alimentos em biogás será por biodigestores. A implementação desses equipamentos e a criação desse sistema por parte do instituto foi garantida através de uma parceria com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti).
Os biodigestores têm a capacidade de transformar 300 quilos de resíduo orgânico, em média, em uma quantidade de biogás equivalente a 2,5 botijões de gás por mês, explica a presidente do Instituto Kiri, a engenheira química Simone Klein.
Simone explica que o trabalho no RU da Ufes será o primeiro passo do projeto. Depois, o mesmo modelo poderá ser replicado para os campus de Maruípe, Alegre, Linhares e São Mateus. “No segundo momento, pretendemos expandir esse formato para as escolas públicas e para o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)”, detalha a presidente do instituto.
O biodigestor a ser instalado no Restaurante Universitário da Ufes vai decompor materiais orgânicos, como restos de comida, resíduos agrícolas ou esterco, e transformá-los em biogás por meio de um processo chamado digestão anaeróbica. O biogás produzido a partir dessa transformação vai ser utilizado como uma fonte de energia renovável para gerar energia, como biogás e biofertilizante. Os biodigestores podem transformar 300 quilos de resíduos em biogás, numa quantidade equivalente a 2,5 botijões de gás ao mês.
O Instituto Kiri foi criado por quatro mulheres com atuação ligada à temática ESG (do inglês Environmental, Social, Governance, ou Governança ambiental, social e corporativa em português). São elas: a engenheira química Simone Klein, que é a presidente; a economista Maíra Chagas Welerson, vice-presidente; a engenheira bioquímica Mirella Cristina Nicolletti, diretora técnica; e a engenheira civil Monnique Damasceno, diretora administrativa.
O objetivo do instituto é fazer uma gestão inovadora de resíduos e implementar estratégias criativas para a transição energética. Segundo Simone, o Instituto nasceu com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, apresentando a possibilidade de fazer uma gestão mais inovadora de resíduos gerados na agricultura e em restaurantes, por exemplo, de forma estratégica, transformando-os em energia.
“Hoje, de acordo com o Plano Estadual de Resíduos Sólidos, não há uma sistemática funcional que trate adequadamente a disposição de resíduos sólidos urbanos. Há o predomínio do uso de aterros sanitários. Queremos mudar essa realidade e transformar o Espírito Santo em uma referência quando o assunto for geração de biogás”, informa Simone Klein.
De acordo com a presidente do instituto, outro objetivo é levar esse conhecimento para as escolas e também atuar fazendo conexão entre empresas e organizações que buscam sustentabilidade. "Queremos contribuir para a mitigação das mudanças climáticas. Quem está investindo nisso está interessado em ativar a economia circular e criar uma comunidade sustentável", observa.
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