A possibilidade de exportar o mamão para o Chile abre novas portas para os produtores do Espírito Santo, maior fornecedor da fruta no Brasil. A expectativa é de que a autorização para o comércio, obtida em março deste ano, possa proporcionar uma expansão na exportação no Estado. Para isso, do campo até a indústria, há um trabalho cuidadoso, dentro dos padrões requisitados pelos mercados estrangeiros.
Representantes chilenos estiveram no Brasil, incluindo o Espírito Santo, para uma visita técnica com o objetivo de verificar o controle de qualidade na produção. Os chilenos exigem fiscalização para garantir que as frutas saudáveis estejam nas gôndolas dos supermercados.
Antes de começar a comercialização com o Chile, ainda é necessário dar mais um passo: o cadastro das empresas brasileiras. O produtor e exportador Rodrigo Martins explica o cenário observado com essa novidade.
“O Chile é um mercado promissor, é um país importante na produção e exportação de frutas na América do Sul. Isso nos respalda, tendo a oportunidade de entrar em um mercado tão competitivo e de grande influência para o mundo e a nossa região”, disse Martins.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), a produção reduziu de 2021 para 2022: de 527 mil toneladas para 395 mil toneladas. Nesse período, houve também uma diminuição na área utilizada para o cultivo: de 8.040 hectares para 6.030 hectares. Mesmo assim, a fruta foi a sexta mais exportada pelo Brasil no ano passado. O país comercializa a fruta com os Estados Unidos e países da Europa e da América do Sul.
A safra atual foi afetada por conta das fortes chuvas que atingiram as plantações no fim do ano passado e no início de 2023, o que prejudicou o abastecimento até mesmo dentro do país e ocasionou um aumento histórico no preço. Os produtores esperam que o ano que vem seja melhor, diante dos desafios.
“Uma expectativa de produção para o ano que vem é que tenhamos uma fruta de mais qualidade e com mais volume para atender mais mercados. Nem no Brasil conseguimos atender atualmente, porque tivemos um problema pontual no fim do ano passado e no início deste ano com as chuvas. Isso fez com que a nossa produção caísse muito, tanto é que estamos batendo recorde de preço no mercado”, comentou o produtor.
Para o diretor da Brapex, Bruno Pessotti, o mais importante, no momento, é trabalhar pela qualidade do que a quantidade. “O maior desafio que temos hoje é que essa geração nova de produtores tenha consciência de fazer um produto saudável, no padrão de exportação, porque não é o volume que resolve, mas a qualidade para atender as cadeias de mercado do Brasil e as exportações”, falou Pessotti.
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