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Setor de alimentos cresce e segura setor varejista do ES na pandemia

Setor de alimentos cresce e segura setor varejista do ES na pandemia

Boletim da Receita Estadual mostra que empresas que atuam com a venda de comida têm apresentado crescimento nas vendas mesmo com a crise

Publicado em 29 de julho de 2020 às 10:23

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Data: 16/10/2019 - ES - Vitória - Feira de alimentos orgânicos na Praça do Papa - Editoria: Economia - Foto: Vitor Jubini - GZ
Setor de hortifruti tem apresentado bom desempenho mesmo com os efeitos do coronavírus no comércio. (Vitor Jubini)

As empresas do setor de alimentos no Espírito Santo conseguiram aumentar suas receitas mesmo com a pandemia do novo coronavírus, segundo Boletim da Receita Estadual - Impactos Econômicos da Covid-19, elaborada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz).

A quinta edição do relatório,  com base em dados de março a junho, compara o atual desempenho do varejo com o mesmo período do ano passado.

Segundo o levantamento, o setor varejista hortifrutigranjeiro foi o que apresentou a maior alta de faturamento: 35%. Na sequência aparecem açougues e peixarias (17,3%), produtos alimentícios (13,3%) e supermercados (12%). Também tiveram crescimento no faturamento a venda de produtos farmacêuticos (11,6%), gás liquefeito (8,6%) e materiais de construção (8,2%).

O resultado positivo desses setores, no entanto, não foi suficiente para evitar a queda na arrecadação estadual do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com a Sefaz. Em todo o período analisado, foi registrada uma queda de 7,91% na arrecadação de ICMS, quando comparado com o exercício anterior, representando uma insuficiência de arrecadação de R$ 284 milhões.

De acordo com o gerente de Arrecadação e Cadastro da Secretaria da Fazenda, auditor fiscal Leandro Kuster, o Estado deu início a uma recuperação na arrecadação no final do primeiro semestre. “Embora a arrecadação do ICMS, principal fonte de receita do Estado, não tenha chegada ao patamar do exercício anterior, percebe-se uma recuperação da receita a partir do mês de junho. Para que possamos continuar nesta tendência, a atividade econômica precisa melhorar, bem como há espaço para ampliação do esforço fiscal, com ações efetivas de monitoramento e ações fiscais em campo”, afirma Kuster.

Os segmentos que tiveram a maior queda no faturamento foram calçados (-56,7%), vestuário (-49,3%), bares e restaurantes (-45,7%), óticas (-41,8%), lojas de materiais esportivos (-34,7%), cosméticos (-30,5%), combustíveis (-29,6%), tecidos (-27%) e móveis (-19,4%).

Apesar de alguns segmentos apresentarem dados negativos no primeiro semestre, o estudo revela que, em junho, existiu certa recuperação no setor varejista como um todo.

Em abril, o faturamento do varejo foi de R$ 2,47 bilhões - uma queda de 17,6% na comparação com abril do ano passado. Já em maio, o faturamento subiu para R$ 2,85 bilhões e a queda na comparação com 2019 ficou em 4,6%. Em junho, a arrecadação voltou a subir, chegando a R$ 2,88 bilhões e a queda na comparação com  o mesmo período do ano passado ficou em 3,9%.

ARRECADAÇÃO NA PANDEMIA

Segundo o boletim da Sefa, entre março e junho, o Estado teve aumento de arrecadação de ICMS em alguns setores. O maior crescimento foi nas atividades do Fundap, que avançaram 7,4%. Logo depois aparece o setor atacadista (5,1%), transporte (2,4%) e café (1,4%).

As quedas foram maiores nas indústrias (-36,4%), substituição tributária (-31,9%), energia elétrica (-29,1%) e no Simples Nacional (-19,7%).

SETOR DE PETRÓLEO SE RECUPERA

O preço dos combustíveis, assim como o do petróleo Brent, caiu no início da pandemia, mas vem se recuperando. A gasolina iniciou o período analisado custando, em média, R$ 4,53 e fechou o mês de junho a R$ 4,04 - apresentando uma redução de 10,8%.

O etanol iniciou março com o valor de R$ 3,82 e fechou junho com R$ 3,29 (-13,8%). Por fim, o diesel S10 e S500 iniciou o período com o valor de R$ 3,26 e encerrou o mês de junho com R$ 3,12 (-12,3%).

No preço do Brent foi observada uma das maiores variações. Em março, ele estava cotado a US$ 50,03 e chegou a US$ 19,33 no fim de abril. Desde então, o preço do petróleo vem se recuperando, mas ainda longe de atingir os patamares observados em março. No último dia de junho o Brent estava cotado em US$ 41,1.

“O Brent (preço de referência no mercado spot internacional do petróleo) foi cotado a US$ 40/barril, em junho, e, para julho, a cotação média esperada é de US$ 42/barril. Ou seja, registramos uma recuperação de 115% no preço do barril em julho com relação a abril, mês em que a cotação foi de US$ 18,50/barril”, avalia o assessor especial do Núcleo de Petróleo e Gás, auditor fiscal Luiz Cláudio Nogueira.

“No que se refere aos derivados, também registramos recuperação em junho. O preço médio da gasolina foi de R$ 4,05/litro em junho (recuperação de 9,0% em relação a maio). O etanol registrou preço médio de R$ 3,30/litro em junho (recuperação de 3,5% em relação a maio). O diesel S500 registrou preço médio de R$ 3,07/litro em junho (recuperação de 9,6% em relação a maio). O diesel S10 registrou preço médio de R$ 3,20/litro em junho (recuperação de 8,5% em relação a maio)”, acrescenta Nogueira.

“O isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19 provocou forte retração na demanda (consumo) de petróleo e derivados, impactando sensivelmente os preços, com reflexos na arrecadação do ICMS e das participações governamentais (royalties e participação especial). De todo modo, os dados mostram que esse cenário vem mudando gradativamente em razão da retomada do consumo, evidenciando tendência de recuperação econômica” salienta o auditor fiscal.

CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA CAI

Nos quatro meses analisados na 5ª edição do Boletim da Receita Estadual - Impactos Econômicos da Covid-19, houve queda no consumo de energia elétrica. A maior retração ocorreu em maio, quando foram consumidos 1,27 bilhões de quilowatt-hora - um valor 29,2% menor que o registrado em maio de 2019. A redução média no período foi de 18%.

No Poder Público foi registrada a maior queda de consumo de energia, chegando a 37,22% de média. No comércio a queda média foi de 18,98% e, na indústria, 11,4%. No comparativo com as demais classes, o consumo de energia elétrica nas residências apresentou a menor queda: 4,16%.

ABERTURA DE EMPRESAS

Mesmo que os efeitos econômicos do Coronavírus ainda estejam sendo sentidos pela sociedade, alguns pontos indicam uma retomada à normalidade. O número concessões de novas inscrições estaduais, que é a abertura de novos estabelecimentos junto à Receita Estadual, chegou a 703 em junho - uma queda de apenas 2,6% na comparação com junho de 2019. Em maio, por exemplo, a queda chegou a 20,6% e em abril a 56%.

O número de empresas em processo de solicitação de baixa, porém, ainda é grande. Somente em abril a solicitação de baixas foi menor em 2020 do que em 2019. Em março, o número de baixas foi 145,9% maior, em maio 51,8% e, em junho, 55,1%.

“A boa notícia é que número de concessões de inscrições estaduais foram normalizadas e percebe-se uma recuperação nos setores econômicos, em especial no setor varejista”, afirma o secretário de Estado da Fazenda, Rogelio Pegoretti. “Esse tipo de estudo realizado pela Receita Estadual é fundamental para tomada de decisão por parte do governo, pois assim é possível acompanhar como está sendo a retomada da atividade econômica, bem como a situação fiscal, possibilitando assim uma melhor gestão dos recursos públicos”, comenta Pegoretti. 

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Fonte: Secretaria de Estado da Fazenda

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