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2 a cada 5 crianças estão desprotegidas contra a paralisia infantil no ES

2 a cada 5 crianças estão desprotegidas contra a paralisia infantil no ES

Apenas 59% das crianças com idades entre 15 meses e 4 anos compareceram as unidades de saúde para tomar os reforços da vacina aplicados de forma oral

Publicado em 14 de outubro de 2022 às 18:31

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Criança recebendo a dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP) contra a poliomielite
Criança recebendo a dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP) contra a poliomielite. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Julia Paranhos
Estagiária / [email protected]
Errata Correção
17 de outubro de 2022 às 15:00

A primeira versão desta reportagem dizia que houve queda no percentual de crianças vacinadas contra a poliomelite de 77,4% em 2021 para 59% em 2022. No entanto, essa comparação não está correta. O dado de 77,4% mostra a cobertura da vacina injetável, aplicada em crianças de até um ano de vida. Já os 59% se referem a vacinação de crianças de 15 meses a 4 anos de idade com a versão oral. Diante do erro, a informação foi corrigida.

O fantasma da volta da paralisia infantil assombra especialistas e autoridades sanitárias. E a razão da preocupação é a redução da cobertura vacinal em todo o país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o momento, apenas 62,5% das crianças de 15 meses até 4 anos de vida foram vacinadas no Brasil durante a campanha.

No Espírito Santo, o cenário também é de baixa imunização. Em 2022, apenas 59% compareceram a uma unidade de saúde para tomar a Vacina Oral Poliomelite (VOP), a famosa gotinha. Isso significa que apenas duas a cada cinco crianças no Estado estão com a imunidade fortalecida contra a doença.

2 a cada 5 crianças estão desprotegidas contra a paralisia infantil no ES

O Ministério da Saúde estabelece uma meta de cobertura de 95% do público-alvo da vacinação, índice que garantiria a segurança contra a pólio.

Segundo a infectologista e pediatra Ana Paula Neves Burian, a volta da paralisia infantil no Estado também é preocupante por conta das características comerciais do Estado, que possui muitos portos com entrada para estrangeiros. 

“Caso venha um navio de qualquer país do mundo com um funcionário sem histórico de vacinação e que tenha a doença, essa pode vir a circular no Estado. A grande circulação de pessoas entre países pode ser um agravante se não houver a imunização da população”, destaca.

A especialista ainda lembra que a poliomielite não atinge apenas crianças menores de cinco anos. “Todo mundo pode ter paralisia infantil, por exemplo, um antigo presidente dos Estado Unidos teve a doença aos 30 anos e ficou com sequelas. Então, é importante lembrar que a doença não é exclusiva de crianças”, ressaltou.

CAMPANHA DE VACINAÇÃO

A vacina, que é disponibilizada nas unidades básicas de saúde, teve o prazo de campanha estendido novamente. No Estado, a  imunização foi prorrogada até o dia 31 de outubro.

Além disso, no dia 22 de outubro, será realizado o Dia D de mobilização para vacinação contra a poliomielite para crianças menores de 5 anos.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que, nesse dia, também serão disponibilizadas doses para a multivacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos de idade.

O órgão informou, por meio de nota, que orienta os municípios a realizarem ações extramuro (fora das unidades de saúde), como a vacinação nas escolas das redes públicas municipais e estaduais e também privada, e no desenvolvimento de outras ações formuladas por meio da articulação intersetorial, como a verificação da situação  vacinal das crianças e dos adolescentes e ações de orientações de famílias sobre a importância da vacinação e dos cuidados com a saúde.

Em relação às causa da baixa cobertura vacinal, a Sesa pontua, entre elas, falta de adesão das famílias em levar as crianças e adolescentes aos serviços de saúde para receber as doses das vacinas em tempo oportuno; o não envio da autorização para a vacinação nas escolas, quando realizadas as campanhas de vacinação.

Há também, de acordo com a pasta, resistências ligadas a questões religiosas e situações ligadas ao medo de reações adversas e a notícias falsas (fake news) a respeito dos imunizantes.

MENORES DE UM ANO

Para crianças com menos de um ano de vida, a vacina injetável (VIP) é a principal forma de proteção contra a paralisia. Porém, a vacinação dos pequenos tem também caído no Estado. Em 2019, por exemplo, 86,7% das crianças nessa faixa etária estavam em dia com o esquema vacinal. Em 2020, o percentual já caiu para 81,6%. Em 2021, houve uma nova retração, com apenas 77,4% imunizadas. O dado parcial de 2022 mostra que 76,26% estão com o calendário em dia.

Entenda como funciona as vacinas VIP e VOP de (Núcleo de Reportagem de A Gazeta)

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