Mais de 40 pessoas que foram se vacinar contra a Covid-19 no último sábado (16), em Fundão, na Grande Vitória, acabaram recebendo o imunizante pentavalente, utilizado em bebês e crianças para prevenir Difteria, Tétano, Coqueluche, Poliomielite e 'Haemophilus influenzae'. A troca aconteceu no posto de saúde do bairro Oseias. A Vigilância Epidemiológica do município entrou em contato com as pessoas que tiverem as vacinas trocadas informando sobre o equívoco.
A Prefeitura de Fundão informou, por nota, que o fato ocorrido no último sábado, dia 16/10, foi comunicado imediatamente à Vigilância em Saúde Estadual seguido de busca ativa e orientações conforme o protocolo Estadual/Ministério da Saúde. Todas as 41 pessoas que receberam a vacina pentavalente foram notificadas entre os dias 16, 17 e 18 e estão em monitoramento pela Vigilância Epidemiológica do Município. Até o momento não houve registro de intercorrência.
Após investigação e apuração das notificações, ontem, dia 18/10, a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) autorizou o início da aplicação da vacina da Pfizer. A Secretaria Municipal de Saúde está averiguando internamente o caso para as medidas administrativas cabíveis.
Samara Haubriche, de 19 anos, é uma das pessoas que tomou a vacina trocada. Ela disse que se dirigiu ao posto de saúde para receber a aplicação da segunda dose do imunizante da Pfizer no último sábado (16) e, após ser vacinada, se sentiu mal e teve forte taquicardia.
"Hoje (18) a enfermeira responsável me procurou e disse que a vacina que eu tomei deveria ser aplicada em recém-nascidos. Mas ela foi diluída na proporção para a Covid-19. Pelo que eu ouvi, muita gente passou por isso. Senti até dor no coração depois da vacina", disse.
Para Wanuza, mãe de Samara, faltou também suporte médico. "A Vigilância chegou aqui na minha casa dizendo precisarem falar com minha filha com urgência. Fiquei preocupada na hora. Então eles disseram para ela: 'Você foi tomar a segunda dose Pfizer, mas não tomou. Aconteceu um problema e, em vez de darem essa vacina, deram a pentavalente'. Orientaram que minha filha fique monitorando os sintomas. Mas isso é muito grave", desabafou.
Para resolver a situação, a jovem buscou o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e registrou uma reclamação sobre o ocorrido na ouvidoria. "Não cheguei a voltar ao posto de saúde antes porque achei que a reação poderia mesmo ser da vacina certa, mas meu braço doeu de forma anormal. Acabei tomando um dipirona, remédio recomendado após a vacina contra a Covid", explicou Samara.
Demandada pela reportagem, a coordenação do Programa Estadual de Imunizações informou que "o município de Fundão notificou erro de imunização com troca de imunizante. Esclarece que o município foi orientado a acompanhar o quadro clínico de quem foi envolvido no processo, pelo prazo de 30 dias, prestando toda assistência necessária".
A Gazeta também demandou o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e, assim que houver retorno, este texto será atualizado.
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