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9 em cada 10 escolas vistoriadas pelo TCES não têm alvará sanitário

9 em cada 10 escolas vistoriadas pelo TCES não têm alvará sanitário

Levantamento do Tribunal de Contas do Espírito Santo aponta problemas na infraestrutura de unidades de ensino de 28 municípios capixabas

Publicado em 19 de março de 2024 às 17:37

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Crianças; estudantes; alunos; informática; tecnologia; educação
Apenas 25% das escolas visitadas têm laboratório de informática. (Prostooleh/Freepik)
Sara Oliveira
Repórter / [email protected]

Uma fiscalização do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES), cujo resultado foi divulgado na última sexta-feira (15), identificou uma série de problemas na infraestrutura de escolas da rede municipal de 28 cidades capixabas. Entre outras irregularidades, 90,48% das unidades de ensino visitadas não possuem alvará da vigilância sanitária, isto é, 9 em cada 10 escolas vistoriadas pelo órgão não passaram pelo crivo da equipe de saúde para pleno funcionamento, colocando sob suspeita as condições de higiene, equipamentos e estrutura das cozinhas. 

A "Operação Educação" foi desencadeada em 2023 simultaneamente nos 32 Tribunais de Contas do país. No Espírito Santo, o trabalho resultou na emissão de recomendações aos 28 municípios fiscalizados para realizarem adequações, reformas ou obras na infraestrutura das escolas. Os municípios visitados foram: 

Nessas cidades, os fiscais estiveram presencialmente em 42 escolas, escolhidas a partir de indicativos que já sugeriam situação crítica relacionada à infraestrutura no Censo Escolar 2022. 

Na fiscalização, 11 pontos foram verificados, como o da vigilância sanitária, por serem considerados como de maior impacto no aspecto estrutural de uma unidade escolar, de modo a garantir um padrão mínimo na oferta do ensino público. A auditoria também constatou que, em 83,33% das escolas visitadas, não há laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros, 94,29% não têm hidrantes e 17,14% não possuem extintores de incêndio. No levantamento, os fiscais ressaltam que, além de o documento ser exigido para liberação da edificação, é importante para a segurança do local, principalmente nos ambientes com alto fluxo de pessoas como escolas.

9 em cada 10 escolas vistoriadas pelo TCES não têm alvará sanitário

Há ainda problemas como falta de rede de esgoto, de acessibilidade e de água potável, sem contar a ausência de estrutura que impacta diretamente no processo de ensino-aprendizagem, como escolas sem bibliotecas e laboratórios de informática. 

Quase metade das salas de aula também foi considerada inadequadas. Conforme apontado pelo levantamento do TCE, janelas, ventiladores e móveis quebrados, e iluminação e ventilação insuficientes foram os principais problemas identificados. 

Risco

Dois casos foram considerados mais críticos pela equipe de fiscalização, nos municípios de Marechal Floriano e Itapemirim, cujos problemas de infraestrutura das escolas visitadas ofereciam risco à integridade dos alunos. 

Procurado para comentar a situação, o secretário de Educação de Itapemirim, Rafael Perim, disse que a administração já está adotando medidas em relação à instituição inspecionada pelo Tribunal de Contas. "O espaço atual da EMEIEF Manoel Marcondes de Souza é uma adaptação, pois o prédio anterior foi condenado em 2016. Uma licitação já foi realizada para contratar uma empresa especializada em reparos e manutenção para todas as escolas municipais de Itapemirim, incluindo a escola mencionada entre as 45 do município."

Perim acrescentou que a escola já está implementando ações preventivas, com destaque para a rede elétrica, identificada como de alto risco durante a inspeção do TCE. O problema nessa área, segundo o secretário, já foi resolvido. "Além disso, a manutenção hidráulica foi realizada com recursos próprios. A escola também recebeu assistência através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para melhorias na infraestrutura, incluindo a instalação hidráulica para reparos nos banheiros e outras necessidades.”

A Prefeitura de Marechal Floriano foi procurada para se manifestar sobre a fiscalização, mas, até a publicação da matéria, não deu retorno. 

Já a União dos Dirigentes Municipais de Educação no Espírito Santo (Undime-ES) informou que não recebeu informações detalhadas sobre a fiscalização, nem teve acesso aos dados das escolas vistoriadas e, portanto, cabe a cada administração se manifestar sobre a realidade de suas unidades de ensino. 

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