Apesar de inesperados, casos de amizade entre cães e gatos já foram relatados. Mas, em Santa Teresa, na Região Centro-Serrana do Estado, algo inusitado aconteceu: um cachorro e um ganso viraram amigos. Cego desde o nascimento, o cão Thor, de 3 anos, e um ganso africano do Sítio La Fiore Bella, no Circuito Caravaggio, estão inseparáveis, ao ponto de a ave consolar o amiguinho nos momentos de tristeza. Veja vídeo:
Segundo o dono da propriedade rural, o bancário aposentado Alonso Correa de Alpino, de 59 anos, o companheirismo dos dois está mais evidente nos últimos dois meses. O Thor uiva e choraminga de dentro da "mansão" onde vive – uma "casinha" com direito até a telhado colonial. Ao ouvir o chamado do amigo, logo o ganso sai do lago e vem ao encontro do cão.
Para o dono do sítio, mesmo não enxergando, Thor fica atento quando o amigo ganso se aproxima e ouve o som emitido pela ave. "Thor chora, o ganso vem e 'fala' algo para ele. Às vezes, o ganso sai e o Thor entra na casa. Parece que eles têm uma sintonia mesmo. Eu até pesquisei sobre amizade entre ganso e cachorro e vi uns dois ou três casos. O que é curioso é que li que o ganso é propenso a se tornar amigo da primeira espécie de animais que viu ao nascer. Até me perguntei se ele viu primeiro um cachorro e se acostumou", contou.
Thor foi adotado pela família de Alonso quando tinha apenas um mês de vida. Como foi fruto de cruzamento entre irmãos, ele acabou desenvolvendo a deficiência visual. "Já o casal de gansos eu ganhei da proprietária de uma casa aqui perto. Com o tempo, ela percebeu que não tinha água suficiente para mantê-los, então ela me deu. Aqui tem muita água, nossa casa fica na parte um pouco mais baixa e temos uns laguinhos. Depois, vieram mais patos para a propriedade. Só o ganso macho ficou amigo do Thor. A fêmea fica mais dela, chocando os ovos. E o ganso não é amigo de todos os animais, põe os patos, o galo e a gatinha para correr", brincou.
A família, composta por Alonso, a esposa Ângela, os filhos Alisson e Aline e o tio Hilário, de 92 anos, mora, na verdade, no bairro Jardim Camburi, em Vitória. Mas, durante a semana, todos vão para a roça, onde têm um plantio de oliveiras.
"Agora, costumamos alugar a casa aos fins de semana e feriados, e os caseiros tomam conta dos animais. O Thor já até veio para Vitória, quando era menor. Mas, atualmente, é difícil sair de carro com ele, ele só entra no veículo quando vai tomar vacina. Além de tudo, ele não enxerga, então se incomoda no carro. Ele só passeia comigo, coloco a coleira e ando pela estrada do Caravaggio. Fazemos o incomum: em vez dele me guiar — como fazem outros labradores com os cegos — eu o guio, se não ele cai nos buracos", disse Alonso.
A casa do labrador chama a atenção por ser espaçosa, como uma verdadeira "mansão" para cachorro. "Eu brinco que a casa dele é melhor que a minha. Estávamos com mania de grandeza na época da construção (brincou). O Thor é grande e quisemos fazer uma casa à altura e penso que exageramos. Até tinha grama na frente, mas ele corria e estragou tudo, agora está precisando de uns cuidados e pintura", afirmou.
O ganso africano amigo de Thor e sua companheira ainda não têm nome e são alvos de enquete na família para a decisão de como serão chamados. Veja as opções:
Nomes para a fêmea:
Nomes para o macho:
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