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A dinâmica do incêndio em apartamento que matou criança em Vitória

A dinâmica do incêndio em apartamento que matou criança em Vitória

Entenda a dinâmica de como aconteceu o incêndio e o resgate das vítimas do Edifício Pintor Fanzeres, em Vitória. Veja o infográfico

Publicado em 20 de outubro de 2020 às 21:25

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Corpo de Bombeiros faz vistoria no prédio, na Praia do Canto, onde aconteceu um incêndio
Corpo de Bombeiros faz vistoria no prédio, na Praia do Canto, onde aconteceu um incêndio. (Vitor Jubini)

Segunda-feira, 19 de outubro de 2020. Por volta das 20 horas, um incêndio começou no apartamento 304 no terceiro andar do Edifício Pintor Fanzeres, na Avenida Rio Branco, na Praia do Canto, em Vitória. Seis pessoas estavam no local na hora: mãe, pai, avó, dois meninos (um de 4 anos e outro de 6 anos) e a babá. O menino de 4 anos - identificado apenas como Pablo -  estava no quarto ao lado do foco das chamas  e morreu.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a partir do momento em que a família ouviu "fogo", o pai das crianças pediu para que todos saíssem do apartamento. A babá pegou o menino de 6 anos, que estava na sala, e saiu do local. A mãe foi até o "quarto 1" para pegar a avó e o pai saiu para pegar o extintor no corredor.

Devido às chamas, a mãe não conseguiu sair com a avó e ficou presa no "quarto 1". A babá conseguiu descer com a criança de 6 anos, mas nem ela nem o pai conseguiram voltar para pegar o menino de 4 anos que estava no "quarto 2".

Quase meia hora depois do início do incêndio, equipes do Corpo de Bombeiros que chegaram ao local foram fazer o resgate da mãe e da avó. Uma das equipes tentava retirá-las do local pela janela do edifício e outra por dentro do prédio. 

Quando as mulheres saíram do local com a ajuda dos bombeiros, elas avisaram que tinha mais uma criança dentro do apartamento: o menino de 4 anos. Enquanto a equipe de contenção continuava controlar as chamas no local, um dos bombeiros, que estava de pronto atendimento na porta do apartamento, entrou e resgatou o menino

A criança foi levada desacordada para uma ambulância na porta do prédio. Os socorristas tentaram reanimá-lo por quase duas horas, mas não conseguiram. Moradores chegaram a fazer uma corrente de oração ao redor da ambulância enquanto a criança recebia o atendimento.  Por volta das 23h40, ele foi declarado morto. 

Por volta das 13h30, o corpo do menino foi enterrado no cemitério Parque da Paz, em Alterosas, na Serra.

APURAÇÃO

Na terça-feira (20), uma equipe do Corpo de Bombeiros e outra da Perícia da Polícia Civil estiveram no apartamento para coletar informações e indicar o que teria provocado o incêndio. A Polícia Civil informou, por meio de nota, que as circunstâncias do incêndio estão sendo apuradas, inicialmente, pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o laudo pericial deve ser concluído em 30 dias. 

VOLTA DOS MORADORES

Os moradores puderam retornar para o prédio durante esta terça-feira (20), ainda com o forte odor de fumaça, após  a limpeza dos corredores do condomínio. 

"O quarto da suíte foi o mais destruído. As primeiras informações é de que o fogo começou no quarto da suíte, onde havia, inclusive, duas araras de roupas. Eles moravam aqui no prédio havia pouco mais de dois meses, já que durante um mês apenas reformaram o apartamento", explicou o síndico Flaubert Fregonassi.

Flaubert mora no apartamento exatamente embaixo do imóvel que pegou fogo e disse que demorou para perceber o incêndio. "Foram as pessoas dos outros prédios que avisaram que estava tendo fogo. Comecei a socorrer minha tia de 94 anos e também os moradores de outros apartamentos do meu andar, a maioria idosos", detalhou o síndico, que rapidamente fechou o gás do prédio para evitar uma tragédia ainda maior. 

O porteiro Albert Coutinho, 54 anos, trabalha no prédio há 27 anos e contou que nunca passou por nada parecido. "Foram os moradores do prédio da frente que viram a fumaça saindo e me avisaram, pois o apartamento  atingido fica nos fundos. Eu subi com extintor nas mãos, outras pessoas já puxavam a mangueira. Mas a fumaça  já estava intensa, não conseguíamos entrar no terceiro andar", lembrou o porteiro, que havia virado a noite acordado. 

Defesa Civil faz avaliação em apartamento que pegou fogo na Praia do Canto (Vitor Jubini)

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