ATUALIZAÇÃO: Na tarde desta quarta-feira (29), o locutor recebeu o resultado do teste para coronavírus, que deu negativo.
Imagine a sensação de estar diante de um prato de comida e não conseguir sentir o cheiro nem o sabor do alimento? Foi o que o locutor da Rádio Litoral, da Rede Gazeta, Ronney Rocha de Carvalho, de 28 anos, descreveu sobre o quadro que se encontra enquanto espera a confirmação para o novo coronavírus.
Desde o último sábado (25), ele começou a notar uma diferença sensorial e procurou atendimento médico por desconfiar que poderia ter contraído a doença. Começava ali uma mudança de rotina forçada na vida do morador de Cariacica, e que envolveu idas ao hospital e internação, seguidos exames e isolamento obrigatório para as pessoas que o cercam.
"No sábado comecei a sentir esses sintomas e fui para o hospital. Fui avaliado, mas liberado em seguida. Como segui com o mesmo quadro, retornei na segunda-feira (27). Desta vez, fiquei no pronto-socorro e fui colocado no soro pelo fato dos meus sintomas se enquadrarem para a doença, mas não havia naquele momento um quarto de enfermaria para mim. Não era de UTI, esse tinha e tem. Fiquei sentado em uma poltrona das 17 horas de segunda-feira até as 13 horas do dia seguinte (terça), quando me transferiram para outro hospital da rede, mas em Vila Velha, onde me encontro completamente isolado em um aquário esperando pelo resultado do exame que me fizeram ainda no sábado", detalhou o locutor.
Ainda em Cariacica, Ronney realizou o exame conhecido por swab, um dos mais indicados para identificar a presença da doença. Em detalhes, o locutor descreveu como o procedimento é realizado e reforçou o pedido para que as pessoas cumpram com o isolamento.
Além dele próprio, a esposa do locutor também apresenta um quadro semelhante, porém já está em vias de receber alta do hospital onde está internada em Cariacica. O que deixa o radialista mais preocupado é o desleixo da população em relação ao coronavírus.
Completamente isolado, Ronney mantém contato apenas com a esposa através de videochamadas e mensagens de aplicativos. Nem mesmo com os pais e o filho pequeno ele tem falado. Tudo para evitar se emocionar pela dor que o isolamento provoca.
"Meu garoto tem só 3 anos e a saudade aperta demais. Não tenho falado com ele para não me emocionar e tornar a situação ainda mais difícil. Não é fácil ter de se desapegar de quem se ama dessa forma, porém a doença me obriga a isso. Mais do que fisicamente, o psicológico de quem passa por isso é fortemente abalado. Peço encarecidamente que se cuidem. Tive todo o apoio da empresa que trabalho e recebo uma assistência médica excelente, mas ainda assim estou contaminado, embora aguarde pelo resultado. Agora o que tenho que fazer é seguir internado, seguir com o tratamento e me curar. Não desejo isso para ninguém".
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