Em uma sessão exclusiva para assinantes, A Gazeta exibiu, na noite desta segunda-feira (20), a websérie documental "Crimes Brutais" sobre o assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. No encontro, além da exibição dos três episódios, as jornalistas Vilmara Fernandes e Ednalva Andrade, que integram a equipe envolvida na elaboração do conteúdo, falaram sobre a experiência de resgatar a história dos 20 anos da morte do magistrado.
A websérie retrata a ascensão do juiz que incomodou o crime organizado no Espírito Santo, detalhes do assassinato e a busca por justiça. O conteúdo é resultado de uma intensa apuração jornalística, pesquisa em reportagens da época e entrevistas com personalidades que vivenciaram aquele momento, como o pai do juiz, o professor e advogado Alexandre Martins de Castro; o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos, parceiro de Alexandre Martins na Vara de Execuções Penais à época do homicídio; e o ex-procurador da República Henrique Herkenhoff. Os três também estavam na plateia.
Ao final da apresentação da websérie, Herkenhoff ressaltou que o Espírito Santo passava, no início dos anos 2000, por um período de decadência e advertiu: "Se não quisermos voltar para aqueles momentos, precisamos ficar vigilantes. Se a gente se distrair, volta tudo."
O ex-procurador frisou que, embora ele e outros agentes do Estado tenham atuado para enfrentar o crime organizado, o que mantém a criminalidade fora das instituições é a sociedade cobrando e dando força para quem quer combater essa prática.
Alexandre de Castro ponderou que mais que organizado, o problema era o crime articulado, envolvendo o Executivo, polícias e Judiciário. "Esse é um importante trabalho de resgate, que fica para a eternidade. Para os adolescentes de hoje saberem do que aconteceu, precisam de um trabalho como este", opinou.
Emocionado, Carlos Eduardo também sustentou a importância do resgate histórico da produção jornalística e a contribuição da websérie para lembrar que o processo precisa ser finalizado, considerando que o juiz Antônio Leopoldo Teixeira, apontando como um dos mandantes do assassinato, ainda não foi a julgamento.
O magistrado lamentou as falhas do sistema de Justiça, que permite processos se arrastarem por muitos anos, embora tenha ressaltado que todos têm direito à ampla defesa e que não fica torcendo por condenações. A sua expectativa, e ao mesmo tempo frustração, é pelo não encerramento deste caso e de tantos outros que se arrastam pelo país. "A Justiça que tarda é injusta", falou, após a exibição da websérie, acrescentando que cabe aos legisladores criarem leis para tornar o sistema mais justo.
Vilmara e Ednalva também falaram um pouco de sua experiência na apuração do assassinato e do julgamento dos acusados e responderam a questionamentos de assinantes sobre a produção do material, que ainda contará com mais conteúdos para o site e para a CBN Vitória.
Para o público externo, a estreia da websérie será nesta terça-feira (21). O primeiro episódio, intitulado de “Ascensão do juiz incomoda o crime organizado”, será publicado pela manhã no site de A Gazeta, mostrando o contexto em que o Estado estava inserido na época e fatos anteriores ao crime.
Na quarta-feira (22), será publicado o segundo episódio, intitulado “Juiz Alexandre Martins é calado com a morte”. Já na quinta (23) será disponibilizado o episódio final, “20 anos de busca por justiça para Alexandre Martins”.
Cada um dos três episódios desta temporada de "Crimes Brutais" trará depoimentos, documentos e informações sobre o assassinato do juiz, ocorrido na manhã da segunda-feira, 24 de março de 2003, em frente a uma academia, em Itapuã, Vila Velha.
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