A crise da Covid-19 parece longe do fim, e o avanço da doença preocupa especialistas. Neste sábado (27), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, analisou o atual momento da pandemia no Espírito Santo e no Brasil. Em uma sequência de postagens feitas em uma rede social, ele afirmou que “a terceira onda da doença foi anunciada”.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, existe a previsão de um aumento de doenças respiratórias nos meses de março e abril, o que pode fazer o número de casos da doença disparar. “Neste momento, no Espírito Santo, vivemos uma queda do número de casos, uma estabilização das internações e dos óbitos pela Covid-19. Previmos que, pela sazonalidade das doenças respiratórias no ES, em março/abril uma nova fase de aceleração poderia ocorrer. A terceira onda da doença foi anunciada”, disse Nésio.
Em entrevista para A Gazeta na última sexta-feira (26), o subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, também destacou a preocupação com a previsão de aumento de casos das doenças respiratórias. Ele explicou que o Espírito Santo vinha registrando uma tendência de queda nas estatísticas de infecções, internações e óbitos por Covid-19, mas que, há pouco mais de uma semana, a redução parou e os números se estabilizaram.
"Isso, somado ao fato de que o Espírito Santo tem uma sazonalidade das doenças respiratórias, que aumentam entre março e abril, indica que teremos um crescimento no número de casos e, consequentemente, de internações, casos graves e óbitos. A Covid-19 é uma doença respiratória, então, provavelmente, seguirá a mesma tendência", aponta.
Em suas publicações, Nésio destacou a situação crítica vivida pelo Amazonas e que agora se repete em mais de 20 estados brasileiros. "Vivemos a iminência de um colapso nacional e o cenário manauara já começa a repetir-se em todas as regiões, simultaneamente: neste sábado 27/02/21, 22 estados do Brasil em situação de colapso ou pré-colapso".
O secretário ressaltou que, embora o Espírito Santo tenha adotado uma matriz de risco com medidas qualificadas e viva um momento de estabilização da doença, a condução das medidas no combate à pandemia não pode ficar restrita aos estados. Para ele, é preciso um conjunto de estratégias para todo o país.
"A condução das medidas efetivas para combater uma pandemia não se restringe a portarias e decretos de gestores. É necessário alto grau de coesão social, institucional e científico e de medidas econômicas concretas por parte da União. Medidas isoladas estão sendo tomadas. A possibilidade de que respostas parciais e isoladas não respondam adequadamente à dimensão nacional do problema é grande", explicou.
O secretário de Estado da Saúde reforçou que o Espírito Santo se preparou para situações críticas, testou, abriu leitos e não entrou em colapso em nenhum momento. Ainda assim, um possível colapso no Brasil significa um colapso também em território capixaba.
O secretário alertou ainda que o agravamento da pandemia está próximo. "Nunca estivemos tão próximos de viver esse momento tão crítico. Salvar o país representará salvar o Espírito Santo. 'Um por um' ou 'cada um por si' será difícil suportar o colapso nacional", disse.
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