Com 383 imóveis notificados na região central de Vitória no período de três meses devido a problemas estruturais, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) afirmou que o abandono de prédios no Centro da Capital é “gravíssimo”, apresentando riscos à população e a outros imóveis.
Na madrugada desta quarta-feira (21), a marquise de um edifício desabou na Avenida Jerônimo Monteiro durante as chuvas que atingiram a Capital. O imóvel estava entre os que haviam recebido notificação da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), mas nada havia sido feito para correção dos danos.
Segundo Giuliano Battisti, gerente institucional do Crea, o local apresentava diversos problemas estruturais, que também são observados em vários outros imóveis do Centro.
“Vamos reunir informações em nosso histórico de manutenções para identificar possíveis causas do abalo dessa estrutura. Já foram constatados problemas graves como a falta de manutenção, problemas em áreas de drenagem onde a água está se acumulando, de corrosão, de sobrecarga e várias outras coisas que geram problemas para a segurança do imóvel”, explicou o engenheiro.
De acordo com Giuliano, o Crea-ES encontrou diversas camadas de reformas, o que teria aumentado a carga da estrutura. “Ela (a marquise) já é grande, tem quase 50 metros quadrados de área, e aí com as chuvas e a falta da devida drenagem, isso aumentou a carga e resultou no colapso”, complementou.
A entidade, segundo Giuliano, vai reunir as informações coletadas no local para elaborar um relatório de vistoria. “Hoje mesmo já emitimos um ofício para a Prefeitura de Vitória, para que ela realize vistorias nas marquises aqui da Capital, principalmente na região do Centro”.
No documento, enviado também para ciência da Defesa Civil Estadual, o presidente Jorge Silva alerta que, “diante da emergência ocorrida e do estado das marquises que existem no município, a medida é extremamente necessária para evitar novos riscos de colapsos dessas estruturas e evitar graves acidentes a vida humana”.
Entretanto, Luciano Forrechi, secretário responsável pela Sedec, afirma que essa avaliação já é feita constantemente pela pasta.
"Nós já fazemos isso. Temos equipes destacadas que avaliam as estruturas em três níveis de risco: baixo, médio e alto. Então garantimos que fazemos a avaliação em diversos imóveis, em várias regiões de Vitória", disse o secretário.
Segundo Giuliano Battisti, os problemas identificados no prédio que teve a marquise colapsada são observados em diversas outras estruturas da região central da Capital.
“O problema aqui [no Centro de Vitória] não é grave, é gravíssimo. Temos riscos iminentes de desabamento de estruturas, marquises, aparelhos de ar condicionado com sustentação corroída e vários outros problemas. Infelizmente, é triste dizer isso, mas o cenário que vemos aqui é de abandono”, sustenta.
Giuliano ainda adverte: “Se observar alguma estrutura com trincas, ferragens expostas, corrosão, destacamento de concreto, é melhor evitar ficar por perto. Além disso, existem os problemas ocultos, escondidos por placas, fachadas, e essas a gente não consegue nem avaliar. Então, a atenção tem que ser redobrada."
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