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Adolescente que morreu dentro de ambulância no ES era filho único

Adolescente que morreu dentro de ambulância no ES era filho único

Kevinn Belo Tomé, de 16 anos, morreu dentro de ambulância após quatro horas de espera por leito de UTI na porta do Hospital Infantil de Vila Velha, no último sábado (30)

Publicado em 2 de maio de 2022 às 15:55

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Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, morreu neste sábado (30) após uma parada cardíaca e aguardar horas para dar entrada no Himaba
Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, morreu neste sábado (30) após uma parada cardíaca e aguardar horas para dar entrada no Himaba. (Acervo da família)

A família de Kevinn Belo Tomé, de 16 anos, ainda busca entender a falta de atendimento no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, que levou o adolescente de Cachoeiro de Itapemirim a morrer dentro de uma ambulância, na frente da unidade, na madrugada do último sábado (30), após quatro horas de espera por um leito de UTI. O jovem era filho único e morava com a mãe. 

Em entrevista ao repórter Thales Rodrigues, da TV Gazeta Sul, a tia de Kevinn, Keila Belo, contou que a mãe do adolescente ainda não retornou para casa onde vivia com o filho. “Suzana não tem condições de falar, está destruída. Está tomando medicações, orientada por médico da família. Ela só tinha o Kevinn de filho e eles dormiam juntos, ela não conseguiu voltar para a casa dela ontem (1º) à noite”, disse.

Na manhã desta segunda-feira (2), Keila esteve no Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes, em Cachoeiro, onde o adolescente recebeu atendimento médico na última quarta-feira (27), para buscar o prontuários médico do atendimento. Familiares e amigos se despediram de Kevinn neste domingo (1º), em meio a tristeza e emoção. Agora, eles esperam por justiça.

“Esperamos por justiça. É inadmissível essa negligência médica. Para nós, da família, isso foi um assassinato. Kevinn era um menino puro, ingênuo, sonhador. Não merecia esse fim. A questão não é a morte e sim como mataram nosso menino”, disse a tia, emocionada.

Na manhã desta segunda-feira, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, foi contundente em apontar falhas graves já detectadas nos procedimentos realizados junto ao adolescente.

MÉDICAS FORAM AFASTADAS

Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) afastou das funções duas médicas que seriam as responsáveis por receber o adolescente. Os nomes das médicas não foram divulgados. "A instituição considera inadmissível negligência em qualquer atendimento, já que a premissa do hospital é garantir acolhimento e assistência a todos os pacientes", disse o Himaba.

Em nota divulgada na noite de sábado, o Himaba declarou que considera a conduta das profissionais "flagrante negligência médica".

INVESTIGAÇÃO

O Himaba informou que registrou um boletim de ocorrência policial e que fará uma representação junto ao Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) contra as duas médicas. O CRM-ES, por sua vez, disse que vai abrir sindicância para apurar as responsabilidades. A família do jovem também registrou um boletim de ocorrência. Em nota, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo a polícia, agentes estiveram no hospital para coletar imagens e já foram tomados depoimentos das partes envolvidas. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o delegado do caso ouviu familiares, diretores e funcionários do Himaba e integrantes da equipe de remoção, responsável pelo transporte do adolescente de Cachoeiro de Itapemirim para o hospital. A polícia informou que as médicas plantonistas ainda não se apresentaram para depor.

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