A família de Kevinn Belo Tomé, de 16 anos, ainda busca entender a falta de atendimento no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, que levou o adolescente de Cachoeiro de Itapemirim a morrer dentro de uma ambulância, na frente da unidade, na madrugada do último sábado (30), após quatro horas de espera por um leito de UTI. O jovem era filho único e morava com a mãe.
Em entrevista ao repórter Thales Rodrigues, da TV Gazeta Sul, a tia de Kevinn, Keila Belo, contou que a mãe do adolescente ainda não retornou para casa onde vivia com o filho. “Suzana não tem condições de falar, está destruída. Está tomando medicações, orientada por médico da família. Ela só tinha o Kevinn de filho e eles dormiam juntos, ela não conseguiu voltar para a casa dela ontem (1º) à noite”, disse.
Na manhã desta segunda-feira (2), Keila esteve no Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes, em Cachoeiro, onde o adolescente recebeu atendimento médico na última quarta-feira (27), para buscar o prontuários médico do atendimento. Familiares e amigos se despediram de Kevinn neste domingo (1º), em meio a tristeza e emoção. Agora, eles esperam por justiça.
“Esperamos por justiça. É inadmissível essa negligência médica. Para nós, da família, isso foi um assassinato. Kevinn era um menino puro, ingênuo, sonhador. Não merecia esse fim. A questão não é a morte e sim como mataram nosso menino”, disse a tia, emocionada.
Na manhã desta segunda-feira, em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, foi contundente em apontar falhas graves já detectadas nos procedimentos realizados junto ao adolescente.
O Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) afastou das funções duas médicas que seriam as responsáveis por receber o adolescente. Os nomes das médicas não foram divulgados. "A instituição considera inadmissível negligência em qualquer atendimento, já que a premissa do hospital é garantir acolhimento e assistência a todos os pacientes", disse o Himaba.
Em nota divulgada na noite de sábado, o Himaba declarou que considera a conduta das profissionais "flagrante negligência médica".
O Himaba informou que registrou um boletim de ocorrência policial e que fará uma representação junto ao Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) contra as duas médicas. O CRM-ES, por sua vez, disse que vai abrir sindicância para apurar as responsabilidades. A família do jovem também registrou um boletim de ocorrência. Em nota, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo a polícia, agentes estiveram no hospital para coletar imagens e já foram tomados depoimentos das partes envolvidas. Ainda de acordo com a Polícia Civil, o delegado do caso ouviu familiares, diretores e funcionários do Himaba e integrantes da equipe de remoção, responsável pelo transporte do adolescente de Cachoeiro de Itapemirim para o hospital. A polícia informou que as médicas plantonistas ainda não se apresentaram para depor.
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