Seja durante o dia ou à noite, a cantoria das cigarras está com a 'corda toda' na Grande Vitória. O barulho é intenso mesmo nos locais com muita circulação de pessoas, e levanta dúvidas sobre o motivo da gritaria. Afinal, por que elas estão cantando tanto nos últimos dias?
O professor de Zoologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Marcelo Tavares explica que é uma tentativa dos machos atraírem as fêmeas para a reprodução. Segundo o especialista, isso acontece sobretudo quando o clima está úmido, o que incentiva as cigarras a saírem do solo — sim, elas vivem embaixo da terra.
"Nós temos vários tipos de cantos, e cada tipo é de um tipo de cigarra [...] A cigarra, quando ela é jovem, fica lá embaixo da terra, sugando a seiva da raiz das plantas. Quando ela está para virar um adulto, tem que escalar para sair do solo. Então, essa umidade ajuda. Ela sai [do solo] e fica na casca das árvores, onde se transforma em um adulto", informou.
O professor também deu mais detalhes sobre uma crença antiga de que as cigarras cantam até "explodir". De acordo com ele, na verdade, esse é só mais um dos mitos ao redor do animal. "Elas não cantam para morrer. Logo depois da reprodução, é o ciclo de adulto dela. A cigarra adulta vive cerca de um mês. Agora, do ovo até ela sair dessa fase de cantar, dura bastante. De 7, 13 a 17 anos só da fase jovem", disse.
Entretanto, como nem tudo são flores, a intensidade do canto das cigarras divide a opinião dos moradores da Região Metropolitana. Foram várias as reclamações e os elogios em conversa com o repórter Elton Ribeiro, da TV Gazeta, como a do instrutor de autoescola Cícero Miguel: "Chega a doer os ouvidos", afirmou.
Há também quem aprove a cantoria, por se sentir mais próximo à natureza. "É bom ela cantando. Eu gosto", afirmou a pensionista Dalvina Pereira.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, as cigarras não fazem mal à nossa saúde. Elas não são transmissoras de doenças, e também não é ideal matá-las, pois há animais importantes do ecossistema que se alimentam delas.
Suas bocas não têm mandíbulas, e elas não têm características físicas que possam defendê-la, como um ferrão, por exemplo.
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