O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) considera arriscado e irresponsável o retorno dos moradores ao Parador Residence, prédio cuja piscina desabou na noite de quinta-feira(22). O corpo técnico e fiscal do Crea avalia que existe o risco de novos acidentes. A orientação é pelo monitoramento da estrutura por, no mínimo, 72 horas e pela análise mais aprofundada das causas do acidente.
“Qualquer decisão pelo retorno dos moradores é totalmente irresponsável, inconsequente e incoerente”, disse o presidente do Crea-ES, o engenheiro Jorge Silva, que se reuniu na tarde desta sexta-feira (23) com representantes do condomínio, da Construtora Argo e do Corpo de Bombeiros. No encontro, Silva não aprovou o regresso dos moradores do Parador Residence aos seus apartamentos neste momento.
Os engenheiros do Crea-ES constataram que, com o desabamento, o teto do subsolo apresentou uma deformação devido à carga excessiva recebida pela queda do fundo da piscina, ocasionando trincas e rachaduras na laje e em algumas paredes. Além disso, o escoramento da laje de dois pavimentos inferiores ainda não está concluído. O impacto do acidente afetou o sistema de gás e a área de evacuação do prédio foi comprometida, o que dificulta a saída de emergência, no caso de um possível incêndio.
Em nota, o Crea-ES informa que uma análise prévia realizada pela equipe de engenheiros especialistas identificou que o “fundo da piscina desabou por inteiro, devido a corrosão do aço, engastamento insuficiente entre o fundo da piscina e a viga de sustentação e que a anomalia pode ter sido resultado de falha de projeto, erro de execução ou, até mesmo, problemas com manutenção”.
As orientações ocorrem após vistoria técnica e fiscal no Parador Residence, em Itaparica, Vila Velha, realizada nesta sexta-feira (23). “O Conselho reconhece o empenho e a assistência dada pela empresa Argo Construtora no sentido de reparar os danos causados aos moradores e o compromisso em restabelecer a integridade da estrutura”, informa em nota.
Mas assinala que, por entender a necessidade imediata da solução do problema para evitar mais prejuízos, já encaminhou à Argo Construtora, ofício solicitando cópias dos projetos e anotações de responsabilidade técnica (ARTs) da piscina, do projeto de tubulação de gás, eventuais laudos ou pareceres sobre qualquer anomalia que, porventura, já tenha sido verificada no edifício, além de todas as ARTs de execução do prédio. Esses documentos deverão ser entregues ao Conselho num prazo de até três dias úteis.
“O não atendimento às solicitações do Conselho pode resultar em autuações e até mesmo em infração ao Código de Ética Profissional. A previsão é de que o relatório final da vistoria técnica e fiscal realizada nesta sexta-feira (23), seja concluído até o fim da próxima semana”, informa em nota.
Durante o final de semana os trabalhos serão acompanhados pelos engenheiros do Crea-ES. Vão monitorar os trabalhos que a Argo Construtora realiza no local e ainda verificar se houve mudanças na estrutura do prédio.
A piscina do Parador Residence, localizado no bairro Itaparica, em Vila Velha, desabou sobre a garagem do prédio, na noite desta quinta-feira (22), por volta das 22h. Ninguém ficou ferido. Os moradores desocuparam os apartamentos e evacuaram o local, pois o gás e a água do condomínio foram cortados.
De acordo com a Argo Construtora, os cerca de 270 moradores poderão retornar para suas casas até a próxima terça-feira (27). Até lá eles devem ficar em hotéis custeados pela empresa.
Relatório de vistoria da Defesa Civil de Vila Velha informa que a construtora emitiu laudo estrutural. Nele foi atestado “a não existência de risco estrutural para o imóvel”. Em função disto, foi autorizado o retorno dos moradores aos seus apartamentos. “Com o devido isolamento do local aonde se realizarão as obras de recuperação e reparo”, informa o documento.
A Argo Construtora informou, por nota, que prestou e mantém toda a assistência necessária às famílias do prédio, além de colaborar com as autoridades e órgãos competentes. Também reforçou que não houve feridos. Confira a íntegra da nota:
“A Argo Construtora destaca que prestou e mantém toda a assistência necessária às famílias do prédio, além de colaborar com as autoridades e órgãos competentes. Também reforça que não houve feridos. Na última quinta-feira, a desocupação das torres, orientada pela Defesa Civil, foi uma iniciativa preventiva, até que todas as avaliações necessárias fossem realizadas. A empresa se prontificou de imediato em arcar com todos os custos dos moradores com hotel e afins, visando que essa situação seja vencida com o menor impacto possível. A Defesa Civil emitiu parecer no sentido de que a estrutura da edificação não foi abalada pelo incidente, corroborando com o laudo emitido pelo engenheiro calculista, permitindo com isso o retorno dos moradores aos seus apartamentos. O retorno acontecerá até terça-feira (27/04), a fim de resguardar a segurança dos moradores, evitando possíveis aglomerações e alto fluxo de prestadores de serviço nesse momento de pandemia. Nesse período a Argo vai continuar a arcar com as despesas de hotel e a
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