Chamar a atenção da população e da classe médica sobre a importância dos cuidados paliativos. Com esse objetivo, dezenas de pessoas se reuniram em uma caminhada na manhã deste domingo (20), na Praia de Camburi, em Vitória. O evento também marcou a comemoração do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que é celebrado sempre no segundo sábado de outubro. Este ano, a data caiu no último dia 12.
A vice-presidente da Academia Estadual de Cuidados Paliativos do Espírito Santo (AECP-ES), Roberta Coelho Trancoso de Castro, explica que essa é uma área da Medicina que trabalha com o auxílio a pacientes que enfrentam alguma situação ou doença que limita a vida.
Roberta complementa que esse atendimento é feito por meio de uma abordagem multiprofissional nas quatro dimensões humanas: psicológica, social, espiritual e física. No tratamento de câncer, por exemplo, o oncologista faz o atendimento desse paciente, mas só ele não consegue aliviar o que essa pessoa sente.
“Esses cuidados não têm o foco principal na doença, apesar de a estabilização da enfermidade também ser um dos objetivos desta assistência. Cuidados paliativos têm o objetivo de tornar a pessoa mais confortável e feliz. Muitas vezes a gente só consegue oferecer essa ajuda ao paciente quando ele mesmo procura pelo serviço”, ressalta.
A AECP-ES foi criada este ano e desde então realiza eventos de conscientização. O próximo encontro será o Café Paliativo, agendado para o dia 18 de novembro. As ações são divulgadas no Instagram da entidade.
Segundo Roberta, cuidados paliativos são aqueles que tratam de pessoas que passam por uma condição que ameaça a vida. Essas condições podem ser uma doença crônica, uma condição em que a saúde fica mais frágil — como quando a pessoa fica acamada por um acidente, nas demências (como Alzheimer), nas complicações dos AVCs (os "derrames cerebrais") — e no diagnóstico de uma doença que pode levar à morte, como o câncer.
Os especialistas que atuam nesta assistência acompanham o paciente durante sua doença desde o início do diagnóstico. A equipe estará com o paciente e sua família em todas as etapas da doença, independentemente de sua evolução.
A atuação em cuidados paliativos envolve vários especialistas, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, dentistas, nutricionistas, fonoaudiólogos, farmacêuticos e capelães, como explica a vice-presidente.
O cuidado paliativo surgiu por volta de 1940, na Inglaterra, com Cicely Saunders. No Brasil, as primeiras práticas foram registradas no Rio Grande do Sul, em 1980.
A Academia Nacional de Cuidados Paliativos é a representante desse trabalho no Brasil e foi criada em 2005. Em 2024, foram criadas as regionais estaduais, sendo uma delas a unidade do Espírito Santo.
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