A família de capixabas que havia ido Israel se apresentar em uma festa e acabou surpreendida com o ataque do Hamas ao país, foi recebida com um misto de alívio e emoção na chegada ao Aeroporto de Vitória, na tarde desta quinta-feira (12). Repatriados no segundo avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que chegou ao Brasil na madrugada desta quinta (12), o professor Edinardy do Nascimento, a esposa dele, Rayani do Nascimento, e a filha Melina, de três anos, desembarcaram no Rio de Janeiro e, depois, pegaram um avião para a Capital capixaba, onde foram recebidos por familiares.
Os três chegaram no início da tarde no aeroporto da Capital e foram recebidos por pelo menos 15 familiares, que estavam ansiosos. O pai de Edinardy, Ernani Pereira, não conseguiu conter as lágrimas ao rever o filho.
"Agora estou mais leve, mas foi um período muito tenso de muita ansiedade, aflição. A gente manteve a fé. Estamos felizes, estamos com a família com o coração pulsando, na expectativa de abraçá-los. Foi um tempo de muita aflição. Estamos em paz e agradeço a Deus por isso e todos que se empenharam para trazê-los de volta", comentou Ernani.
Depois de muitos abraços, Edinardy e Rayani contaram um pouco sobre o alívio de estarem de volta em casa.
O contato com a FAB pedindo a repatriação tinha sido feito cedo. Até o início da manhã de terça-feira (10), eles ainda não sabiam se voltariam para o país no segundo voo da Operação Voltando em Paz, realizada pelo governo federal.
"Recebemos o contato do consulado perguntando se nós queríamos embarcar nesse voo para o Rio de Janeiro. A gente falou 'claro, com certeza'. Eles disseram que o nosso nome já estava lá e falaram para comparecermos às 10h que um ônibus da embaixada ia levar a gente para o aeroporto. Nós conseguimos nos manter tranquilos até por conta de estar com uma criança, para não transparecer isso para ela", relatou Rayani.
Já em terras capixabas, o casal disse que continua apreensivo e rezando para que o conflito acabe o mais rápido possível.
"Nós não tínhamos a dimensão do que estava acontecendo, só depois que nós fomos saber. Era algo novo para a gente. Nós sentimos um alívio, mas queremos que o país encontre paz, que Israel viva em paz", contou Edinardy.
Os três estavam com outros 211 brasileiros no avião que chegou à Base Aérea do Galeão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, às 2h41 desta quinta (12), depois de 14 horas de viagem.
O avião KC-30 (Airbus A330 200), que decolou às 12h30 de Tel Aviv, trouxe de volta ao país os brasileiros que ficaram retidos na cidade de Jerusalém, em Israel, após o início da guerra com o Hamas.
A repatriação faz parte da Operação Voltando em Paz, anunciada pelo governo federal.
Em coletiva de imprensa, o Itamaraty informou que idosos, grávidas e crianças são os três grupos prioritários no processo de repatriação. O voo que chegou nesta madrugada trouxe três gatos e um cachorro, além das 214 pessoas.
Segundo o Itamaraty, os brasileiros que desejam deixar Israel precisam preencher um formulário de inscrição disponibilizado pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv.
Edinardy e a mulher tinham ido para Israel no final de setembro e se apresentaram em uma festa do Tabernáculo. Eles tinham passagem comprada de volta para o Brasil marcada para o último dia 8, mas, com o início dos ataques do Hamas, o voo deles foi cancelado.
A família chegou a ficar um dia inteiro no aeroporto de Tel Aviv esperando por notícias.
"O voo de domingo (8) foi cancelado e a gente teve muita dificuldade para realocar, a companhia estava fechada. Passamos o domingo no aeroporto de Tel Aviv e uma família nos acolheu em Jerusalém e só agora conseguimos um hotel pela companhia. Meu irmão que conseguiu remarcar porque nós não conseguimos contato com a companhia aérea", explicou o professor Edinardy.
Um irmão de Edinardy conseguiu remarcar a passagem deles para sexta-feira (13), mas o professor também já tinha entrado em contato com a FAB para poder voltar em um dos voos de repatriação.
Enquanto aguardavam um retorno, eles ficaram na casa de uma família que os abrigou e ouviram sirenes e tiveram que ir para o bunker.
"Foi algo novo para nós. A sirene tocou diversas vezes no dia 7 de outubro e nós não estávamos preparados para isso, não sabíamos como agir. Tentamos da melhor forma nos comunicarmos para tentar nos proteger. Agora que estamos com essa família, estamos nos sentindo melhor", contou Edinardy.
Com informações de Vinícius Colini, da TV Gazeta
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