Um aplicativo voltado para a detecção de câncer de mama rendeu a um grupo de alunos do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Campus Serra, o primeiro lugar geral em uma competição de inovações realizada em São José dos Campos (SP).
Como recompensa pela premiação no Desafio APP, parte da Escola Avançada de Tecnologia (EAT), promovido pelo Instituto Alpha Lumen e pelo MIT Brazil, os estudantes passarão por uma imersão tecnológica de uma semana no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, em 2025.
O aplicativo Breast Cancer Detection, desenvolvido por alunos, sob coordenação do professor Fidelis Zanetti de Castro, utiliza inteligência artificial para identificar, nas imagens de biópsia do tecido mamário, áreas em que é provável existir algum tumor.
“As imagens histopatológicas passam por avaliação médica, mas os alunos descobriram que há 70% de discordância entre os diagnósticos, então desenvolveram esse aplicativo que analisa essas imagens, pinta de vermelho as regiões prováveis de ter câncer, dá um diagnóstico, se é maligno ou benigno e o tipo de tumor”, esclareceu Castro.
O objetivo, ele explica, não é substituir os médicos, mas auxiliar no processo de diagnóstico e garantir que os pacientes tenham informações mais precisas. O resultado apresentado pelo sistema, porém, pode ser recusado pelo médico, que deverá apresentar uma justificativa, inclusive para continuar treinando o sistema.
“Não é um protótipo agora, já é o aplicativo mesmo, ele não é comercializado, mas funciona, e inclusive já tivemos interesse de um médico em São Paulo que quer entender melhor como funciona. A gente quer agora acoplar a um sistema real em uma clínica ou hospital. A gente quer transformar em uma aplicação web, para não ficar só no celular”, acrescentou o professor.
No próximo ano, a tecnologia será apresentada aos pesquisadores do MIT, onde os alunos também esperam criar conexões e obter mais experiência tecnológica, conforme explica a estudante do 1º período do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação Wilsiman Santos Evangelista Silva, que foi uma das responsáveis pelo projeto.
“Ter vencido o torneio representa bastante na minha vida até acadêmica. A gente desenvolveu essa ideia e esse aplicativo e foi algo bastante desafiador. Foram dois a três meses de muito trabalho. Mas fomos para o evento e, no último dia, tivemos essa surpresa da premiação. É uma experiência incrível, uma oportunidade maravilhosa. A gente acreditou muito no nosso projeto, no nosso trabalho, mas ganhar algo assim é muito impactante. E a gente pretende continuar o aplicativo, o projeto, até por conta da importância social.”
Além de Wilsiman, a equipe LEDS é composta pelos alunos:
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