Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Pesquisa, Inovação e Planejamento Socioeconômico (Nupla) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) revela que 95% dos professores, técnicos administrativos e alunos da instituição acham o isolamento a maneira mais eficaz de combate ao novo coronavírus.
Dessa porcentagem, 19% querem o isolamento total, 71% acreditam no isolamento parcial com os serviços essenciais funcionando e 5% acham o isolamento parcial com o comércio em funcionamento a melhor opção.
A pesquisa foi realizada para saber a percepção dos estudantes, professores e técnicos administrativos da Ufes sobre o isolamento social. Ela foi aplicada através de um questionário enviado via sistema oficial de e-mails da Ufes, que foi respondido entre os dias 10 e 16 de abril. Foram 3.815 respostas, o que equivale a cerca de 10% do quantitativo de pessoas que fazem parte da universidade. Desse total, 72% têm entre 18 a 25 anos e 88, 3% são estudantes de graduação.
Além das pessoas que acham o isolamento a melhor forma de combate ao coronavírus, o questionário revelou também que 52% das pessoas são pessimistas em relação aos impactos futuros no Brasil após a pandemia e 29,7% tem muito medo de pegar a Covid-19.
Percebemos que o pessoal da universidade está bastante preocupado, há um debate intenso sobre a volta das aulas ou não. Em função disso, ficamos interessados em saber qual era a percepção acadêmica sobre o momento atual. O que mais chama a atenção são os dados referentes à questão do isolamento, é uma porcentagem altíssima de pessoas que o defendem, afirmou o coordenador do Nupla, André Michelato.
Além dos dados sobre o isolamento, há também questões sobre a percepção das pessoas sobre o desempenho de chefes do poder público em relação ao combate a pandemia. Na avaliação, 48% das pessoas avaliam o desempenho do governador Renato Casagrande diante da pandemia como bom, 21% regular e 17% ótimo. Já em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro, 70% acham péssimo, 13% ruim e 7% regular.
André acrescentou que, apesar de o questionário ter sido aplicado somente a pessoas que têm uma relação direta com Ufes, ela retrata a visão dos capixabas.
É um número muito expressivo de respostas, se fossemos fazer uma pesquisa com 95% da validade da informação no Espírito Santo precisaríamos aplicar 600 questionários, estamos extrapolando absurdamente a quantidade de questionário. Deve haver diferenças sutis em algumas localidades que tenham uma densidade populacional muito baixa e a Covid-19 ainda não tenha uma expressão muito grande, disse.
Ele destacou ainda que outras pesquisas devem ser feitas para afunilar informações contidas nesses questionários. Entre elas, entender o motivo das pessoas estarem pessimistas com o futuro do Brasil após a pandemia.
Há um pensamento muito ruim do que vai acontecer, algumas nem souberam opinar. Uma pesquisa seria interessante para desmembrar e entender se essa percepção negativa tem relação com a postura do Estado, a própria condução de como a pandemia está sendo tratada, a ineficiência da saúde, explicou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta