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Alunos estão há três meses sem aulas de matemática em escola de Cariacica

Alunos estão há três meses sem aulas de matemática em escola de Cariacica

Conteúdos previstos na disciplina para 2023 não são lecionados desde o final de fevereiro; Sedu dediciu por contratação emergial para solucionar o problema

Publicado em 5 de maio de 2023 às 15:38

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Protesto feito por alunos da EEEFM Hunney Everest Piovesan, durante uma prova, devido à falta de professor de matemática desde fevereiro de 2023
Protesto feito por alunos da EEEFM Hunney Everest Piovesan, durante uma prova, devido à falta de professor de matemática desde fevereiro de 2023. (Luiza Rocha)

Alunos de uma escola pública em Morada de Santa Fé, no município de Cariacica, estão sem aulas de matemática desde o final de fevereiro. Considerando que o ano letivo na rede estadual começou no dia 2 daquele mês, isso significa que a disciplina só foi devidamente aplicada durante três semanas.

O problema – que já dura quase quatro meses – acontece na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Hunney Everest Piovesan. A ausência de professor ainda é agravada pelo fato de os estudantes prejudicados serem do 3º ano do colegial, ou seja, estarem em ano de vestibular.

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Hunney Everest Piovesan
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Hunney Everest Piovesan. (Josemar Poubel)

É o caso da Luiza Rocha, de 17 anos. "Estamos sem aula de matemática desde o recesso do Carnaval. Não sei dizer tudo que já perdemos, mas sei que teríamos visto trigonometria, estatística e análise combinatória. Já procuramos a direção do colégio diversas vezes, mas não adiantou", diz.

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Sinto como se eu fosse completamente ignorada. Os alunos têm que chegar na sala e, no mínimo, ter aula. Isto é um descaso

Luiza Rocha
Estudante
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Diante da possibilidade de ingressar em uma universidade em breve, a estudante pensa em fazer Moda ou Jornalismo, mas sente que o caminho até lá está ficando cada vez mais difícil. "Até quem faz cursinho está ficando atrasado, porque não entende a matéria. Prejudica todo mundo", reclama.

Como forma de protesto, alunos da escola deixaram de responder perguntas de uma avaliação que aconteceu nessa quinta-feira (4) e o caso ganhou proporção nas redes sociais. Para tentar resolver o problema, Luiza chegou a ir até a Secretaria Estadual de Educação (Sedu), junto da mãe.

Protesto feito por alunos da EEEFM Hunney Everest Piovesan, durante uma prova, devido à falta de professor de matemática desde fevereiro de 2023
Protesto feito por alunos da EEEFM Hunney Everest Piovesan, durante uma prova, devido à falta de professor de matemática desde fevereiro de 2023. (Luiza Rocha | Montagem A Gazeta)

Assistente administrativa, Claudia Rodrigues lembra que a filha começou o ano animada. "É um ano que eles estão cheios de expectativa, pensando no futuro e em conquistar sonhos... muitos alunos até mudam a história da família por meio da faculdade, mas, agora, tudo está diferente", desabafa.

Sem professor de matemática há mais de três meses, ela diz que a adolescente vem perdendo o ânimo. "É muito desgastante. Como acerta na prova se não teve uma aula no último trimestre? O nosso sentimento, como pais, é de indignação, e o pior é que não tem previsão de normalizar", reclama.

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Temos o costume de falar que o ensino público é gratuito, mas pagamos (por meio de impostos). Estamos cobrando o básico, que os alunos têm direito, que é professor

Claudia Rodrigues
Assistente administrativa
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Sem condições de pagar por uma escola particular para a Luiza e depois de tentar resolver o caso internamente ao setor de educação, a família decidiu procurar A Gazeta. "É complicado. O que mais podemos fazer? Já pensamos até em colocar faixas no colégio. Uma hora isso vai precisar mudar."

"Primeiro, precisa contratar o professor e, depois, vai precisar repor aula, mas também sabemos que não vai ser possível suprir o que já foi perdido, porque foram três meses sem aula. Talvez terão que colocar classes aos sábados e sacrificar os alunos, mas vai ser para o bem deles", sugere.

O que diz a Sedu

Por meio da Superintendência Regional de Cariacica, a Secretaria Estadual de Educação (Sedu) informa que "já autorizou contrato emergencial para suprir as vagas dos professores" visto que "várias chamadas de profissionais aprovados em processo seletivo foram feitas", mas a vaga seguiu sem ser preenchida.

"As novas contratações para as aulas de matemática foram necessárias porque a antiga professora foi convocada pela Justiça para participar de júri popular. A unidade de ensino ressalta que, durante esse período, os alunos continuaram tendo atividades pedagógicas e revisão de conteúdos."

Na nota enviada, a Sedu afirma que "o profissional do turno matutino já assumiu" – o que diverge do que relata as entrevistadas. Sendo assim, a pasta foi novamente questionada por A Gazeta. Assim que um novo esclarecimento for prestado, este texto será atualizado.

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