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Alunos fazem novos exames de HIV e sífilis após testes com mesma agulha no ES

Alunos fazem novos exames de HIV e sífilis após testes com mesma agulha no ES

Os testes foram para HIV, sífilis e hepatites B e C. O caso é acompanhado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MPES).

Publicado em 16 de abril de 2025 às 18:47

Caso ocorreu em um colégio estadual e foi realizado em 44 estudantes das turmas de 2ª e 3ª série do Ensino Médio; educador foi demitido e o caso está em investigação pela polícia e Sedu

Pouco mais de um mês depois, alunos do professor de Química — demitido por utilizar a mesma agulha em 44 estudantes do ensino médio de uma escola estadual em Laranja da Terra, na Região Serrana do Espírito Santo — realizaram novos exames de sangue na manhã desta quarta-feira (16). Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), 37 deles realizaram testes para HIV, sífilis e hepatites B e C e todos tiveram resultado negativo.

A testagem foi realizada após a autorização dos pais, que assinaram um termo permitindo o procedimento. Os exames foram feitos na própria escola onde o caso ocorreu. Os sete estudantes que não passaram pela nova leva de testes não estavam acompanhados de responsáveis, por isso não foram submetidos aos exames.

Conforme a Sedu, daqui a 30 dias devem ser feitos novos testes, seguindo os protocolos de saúde. A pasta informou que está acompanhando os alunos envolvidos no caso. “Entre as ações realizadas, estão reuniões com pais e alunos, atendimentos individualizados às famílias, análise das cadernetas de vacinação, atividades de escuta e acolhimento psicológico, palestras educativas e visitas institucionais”, destacou. Em relação ao professor, a Secretaria de Estado da Educação afirmou que ele foi demitido e que um procedimento foi aberto na Corregedoria do órgão, que segue em andamento sob sigilo.

Já a Polícia Civil comunicou, em nota enviada na quarta-feira (16), que a investigação segue em curso, e que ainda "está realizando oitivas de todos os envolvidos no caso".  "Exames estão sendo realizados e os resultados serão repassados à DP de Laranja da Terra. Até o momento, nenhum dos alunos testou positivo para qualquer doença ou vírus, conforme informações recebidas de forma preliminar. Outros detalhes da investigação não serão divulgados neste momento, a fim de preservar o andamento dos trabalhos", disse a corporação. O Ministério Público (MPES) disse que aguarda a conclusão do inquérito policial "para análise e adoção das providências necessárias".

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disse que enviou os testes ao município, e que orientou as equipes de saúde de Laranja da Terra, quanto aos protocolos do Ministério da Saúde. "A Sesa está monitorando e acompanhando o caso, em conjunto com a secretaria municipal de saúde, visando ao atendimento adequado aos adolescentes", disse.

A defesa do professor demitido não respondeu ao contato feito por A Gazeta. Na época em que o caso ocorreu, declarou que "a única preocupação dele" era "o bem-estar dos alunos e da comunidade escolar envolvida nesta situação”.

“Imperioso destacar que o professor sempre desenvolveu seu trabalho com zelo e ética, buscando sempre o melhor caminho para o aprimoramento educacional de seus alunos, sendo profissional da área há pelo menos 13 anos”, disse o advogado Enoc Joaquim da Silva, na ocasião.

“A aula prática com os alunos não se tratou de realização de exame para identificação do tipo sanguíneo dos alunos e sim de visualização de células em microscópio, tendo o professor se cercado de todos os cuidados necessários (de acordo com os materiais que tinha a sua disposição) para evitar qualquer tipo de prejuízo ou risco aos alunos", informou a defesa do professor.

Por fim a defesa disse que a participação dos alunos no experimento “se deu de forma voluntária, não havendo qualquer imposição ou constrangimento para a participação dos mesmos nas atividades desenvolvidas", que as "atividades se deram em Laboratório de Ciência existente na própria instituição educacional”, e que o professor está à disposição para “qualquer esclarecimento”.

Resumo do caso

Uma das alunas vítimas do professor de química demitido após furar com a mesma agulha mais de 40 estudantes de ensino médio de uma escola estadual de Laranja da Terra durante um “experimento”.

Mais de 40 alunos de uma escola de Laranja da Terra chegaram a ser hospitalizados após o professor realizar testes de tipagem sanguínea reutilizando a mesma agulha em 14 de março. O caso chocou os pais, e ganhou repercussão nacional.

A Secretaria da Educação (Sedu) informou que os alunos faziam parte das turmas de 2ª e 3ª série do Ensino Médio e têm idades entre 16 e 17 anos. Eles participavam da aula de Práticas Experimentais em Ciências, ministrada por um professor de Química que demonstrou como realizar um teste para descobrir o tipo sanguíneo de cada um.

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