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Alunos no ES criam mochilas com sensor para pessoas com baixas visão e audição

Alunos no ES criam mochilas com sensor para pessoas com baixas visão e audição

Os projetos foram desenvolvidos por dois grupos da Escola Estadual de Tempo Integral Lyra Ribeiro Santos, em Guarapari. Ideia será apresentada no México

Publicado em 22 de julho de 2023 às 14:19

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Eduardo Jesus Medeiros Gomes, 17 anos, tem baixa visão desde os 5 anos e foi inspiração para os colegas desenvolverem o protótipo — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Eduardo Jesus Medeiros Gomes, 17 anos, tem baixa visão desde os 5 anos e foi inspiração para os colegas]. (TV Gazeta/Reprodução)
Elton Ribeiro
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Com a colaboração de Ana Elisa Bassi, da TV Gazeta

Alunos de uma escola pública de Guarapari, verdadeiras feras em Ciências e Física, levaram o conhecimento da sala de aula para além dos muros da escola para ajudar pessoas com baixa visão e baixa audição. De maneira eficiente e com baixo custo, os estudantes criaram uma mochila com sensor de obstáculos e um amplificador auditivo.

Os projetos foram desenvolvidos por dois grupos de alunos da Escola Estadual de Tempo Integral Lyra Ribeiro Santos, no bairro Kubitschek. Pelos trabalhos, eles vão representar o Brasil em um evento internacional, no México.

Lúcia Helena Horta Oliveira, professora da disciplina de Física, supervisionou os trabalhos e explicou como as ideias dos estudantes surgiram.

"O trabalho do professor é orientar. A gente joga uma pergunta. Eles vão fazer uma pergunta e, a partir dessa pergunta, eles vão descobrir três hipóteses para resolver o problema que seria da comunidade", conta. Ela explica que como na escola já havia pessoas com deficiências visuais e auditivos, os alunos procuraram alguma coisa que pudesse ajudar a melhorar a qualidade de vida delas.

Mochila com sensor para cegos
Mochila com sensor para cegos. (TV Gazeta)

Os projetos ficaram em 4º e 5º lugares na feira Movimento Internacional para o Recreio Científico e Técnico (Milset), realizada em junho, em Fortaleza, com cerca de 200 escolas participantes.

Tanto o amplificador de som quanto o protótipo visual foram produzidos com materiais reciclados e saíram por menos de R$ 200. Entre os materiais usados estão restos de sucata e canos.

Amplificador auditivo

Um dos grupos desenvolveu o amplificador que pode ser usado por pessoas com baixa audição. Por um microfone, o som é captado, amplificado pelo aparelho e jogado nos fones de ouvido. O protótipo ganhou o nome de Magorna, mistura dos nomes "martelo" e bigorna", que são ossos do ouvido.

A estudante Lorena de Oliveira disse que o som que sai do aparelho é limpo e fica sem ruídos para não incomodar o usuário.

Mochila com sensor para cegos
Mochila com sensor para cegos. (TV Gazeta/Reprodução)

Mochila para pessoas com baixa visão

O outro grupo de alunos fez o sensor chamado de Vision Assistent Model, ou modelo de assistente de visão, para ser usado por pessoas com baixa visão que precisam do suporte da bengala e de cão-guia para se locomover.

Dentro da bolsa, o aparelho detecta obstáculos em até 180º e emite um som de apito, alertando aos usuários.

Uma das estudantes que participou do projeto, Júlia Aragão, de 15 anos, disse que o objetivo é tornar a tecnologia acessível para ajudar as pessoas.

"Por não ter acessibilidade, eles acabam ficando em casa e isso impede de irem para a escola e para o trabalho. A renda acaba sendo menor e aí eles não podem arcar com um produto mais caro", diz a estudante, ao acrescentar que, no mercado, as tecnologias disponíveis custam entre R$ 14 mil e R$ 16 mil. O produto desenvolvido pelos alunos tem um gasto de aproximadamente R$ 200. "A gente pretende abrir uma startup pra disponibilizar esse aparelho e ajudar muitas pessoas", disse a estudante.

Protótipo testado e aprovado

Eduardo Jesus Medeiros Gomes, de 17 anos, tem baixa visão desde os 5 anos e foi inspiração para os colegas desenvolverem o protótipo visual. Apesar de o produto não ser especificamente para o perfil dele, porque o estudante não utiliza bengala, ele testou a tecnologia e aprovou a iniciativa.

"Ele é bom pra pessoas que têm deficiência visual ou que usam bengala", disse o estudante.

As ótimas colocações na feira de Fortaleza deram a oportunidade de os alunos da escola de Guarapari participarem de uma outra exposição no México em outubro. Agora, os estudantes buscam apoio, principalmente financeiro, para ingressar em mais uma etapa de demonstração das invenções.

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