Em protesto contra o não funcionamento do Restaurante Universitário (RU), os estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) promovem um movimento para a suspensão de aulas no campus de Goiabeiras, em Vitória. De acordo com os alunos, a mobilização deve seguir até a retomada das refeições de forma integral.
Segundo os universitários, com a suspensão da oferta de alimentação no restaurante — que está fechado para manutenções —, má qualidade das refeições servidas em marmitas e problemas na distribuição do auxílio-alimentação emergencial, muitos alunos enfrentam dificuldade para se alimentar por conta de “uma falta de preparo e organização prévia, exacerbada por complexidades burocráticas nos contratos da universidade [...] dificultando a continuidade das atividades acadêmicas”.
Na manhã de segunda-feira (22), um estudante chegou a invadir um dos prédios da Ufes, quebrando móveis e equipamentos do local após o não recebimento do auxílio-alimentação. Já na manhã desta quinta-feira (25), o DCE promoveu uma feira solidária, distribuindo frutas, verduras e legumes no campus de Goiabeiras, oferecendo os alimentos para os estudantes do local, levantando o lema “Sem RU, sem aula”.
Os restaurantes da Ufes, fechados desde 15 de julho, passam por manutenções, como informa a universidade. A instituição de ensino alega que a atividade é programada todos os anos para que seja realizada no período de recesso acadêmico, “no entanto, em função da greve dos servidores docentes e técnico-administrativos e da necessidade da reformulação do calendário, que alterou a data do recesso, a manutenção coincidiu com o período em que as atividades acadêmicas ainda estão sendo realizadas”.
A expectativa da Ufes é que o funcionamento do RU seja retomado de forma integral em todos os campi na próxima semana.
Inicialmente, a proposta era para que marmitas fossem servidas nos dois campi em Vitória e no de São Mateus, sinalizando que, nos dias em que não houvesse o fornecimento de marmitas, os estudantes receberiam o auxílio-alimentação emergencial. O campus de Alegre, por sua vez, não teve empresa apta ao fornecimento de refeições, e os alunos também receberam o auxílio.
Entretanto, no último dia 18, a universidade informou que a empresa que iria fornecer a alimentação em Vitória desistiu da prestação de serviços, interrompendo a oferta de marmitas do almoço em Goiabeiras de 22 a 26 de julho. Na sexta-feira (19), as aulas chegaram a ser suspensas no período matutino e vespertino.
“Os estudantes do campus que são assistidos pelo Programa de Assistência Estudantil (Proaes/Ufes) e que fizeram agendamento para retirada de refeições para o almoço, em qualquer dos dias da semana, receberão Auxílio Alimentação Emergencial [...] O fornecimento de marmitas para o jantar está mantido, uma vez que estas refeições são entregues por outro fornecedor”, comunicou a Ufes na ocasião, sinalizando que o fornecimento de marmitas não sofreria alterações nos campi de Maruípe e São Mateus.
Apesar do anúncio do auxílio, que passou de R$ 20 para R$ 30 por dia e depois retornou para R$ 20 para almoço, incluindo a marmita do jantar, o diretório dos alunos alega que nem todos conseguem se alimentar de maneira adequada. Segundo o DCE, diversos cursos realizaram assembleias e estão em processo para a paralisação das aulas como forma de protesto.
“O Diretório Central dos Estudantes está em contato direto com a reitoria da Ufes, que aponta diversos entraves burocráticos enfrentados, além de problemas com as empresas contratadas para fornecer refeições. Esses desafios destacam a necessidade urgente de soluções estruturais para garantir a regularidade e a qualidade do serviço do Restaurante Universitário”, informou o grupo dos universitários.
Segundo o DCE, em São Mateus, o fornecimento de marmitas continua, com menos problemas relatados. Já em Alegre, os estudantes seguem recebendo o auxílio financeiro. Entretanto, o DCE não esclareceu se há reclamações registradas no campus do Sul do Estado.
De acordo com a universidade, o auxílio para a alimentação está sendo pago para 855 estudantes no campus de Alegre e 2.114 no de Goiabeiras.
“No campus de São Mateus, o auxílio foi pago a 291 estudantes, somente nos dias 15 e 16 de julho, quando não houve fornecimento de marmita. Para os estudantes do campus de Maruípe, houve fornecimento de marmita”, informou a instituição, sinalizando ainda que não há, por parte da gestão da universidade, orientação para a suspensão de aulas.
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