Ansiedade, tédio e solidão, o que isso tem a ver com os animais? Sentimentos cada vez mais frequentes nos seres humanos, em especial durante a pandemia, também podem atingir os pets. E, segundo a comentarista do quadro Clube Pet CBN, Tatiana Sacchi, estes problemas podem ser mais graves do que se imagina.
Para ela, o estilo de vida atual também acaba gerando estes males nos bichinhos de estimação, em especial a ansiedade. Um dos principais problemas percebidos é a "ansiedade de separação", que pode ocorrer nos animais mais dependentes, aqueles que são muito apegados aos tutores. Quando percebem que o dono vai sair de casa, podem ficar mais agitados e impacientes, chegando a apresentar comportamentos preocupantes.
Segundo Sacchi, a ansiedade de separação é uma condição bastante comum. "Na quarentena as pessoas ficaram muito tempo em casa, a gente teme que os quadros de ansiedade de separação aumentem quando os tutores voltarem a ir ao trabalho presencialmente", iniciou.
Para diminuir o impacto deste tipo de ansiedade, a comentarista recomenda tomar cuidado com o período de tempo que o animal passa sozinho, não só pensando em cães e gatos, mas em outras espécies também, como os animais que não fazem muitas atividades. "Eles ficam propensos a esse tipo de problema. Pode não ser tão simples identificar, mas temos que tentar observar primeiro as circunstâncias em que o animal fica ansioso, por exemplo, ao voltar para casa e um vizinho falar que ouviu o bichinho chorando", explicou.
Ela acrescentou que nos cães é mais fácil perceber um comportamento estranho, já que eles externalizam urgências na forma de latidos. "Mas também fica visível quando há uma porta arranhada, mastigada, móveis destruídos, xixi e cocô fora do lugar. Alguns até lambem as patas e formam feridas crônicas. Este é o caso da dermatite psicogênica decorrente do tédio ou da ansiedade, que costuma ser identificada próxima às articulações, até que o animal vá perdendo pelo e formando a ferida. Estes são alguns dos sinais de que podem estar sofrendo de ansiedade", disse.
Para tentar contornar o stress que acontece nos animais com a saída do dono o ideal é não deixar o pet ocioso. Por exemplo, ofereça algo que ele goste muito antes de deixá-lo sozinho. "Ao sair o tutor pode oferecer um brinquedo, por exemplo. Para os cães funciona bem cansá-los antes, fazendo um bom passeio. Assim ele pode descansar enquanto o tutor está ausente", sugeriu.
Mais especificamente sobre os cachorros, Sacchi recomenda que os brinquedos não sejam deixados espalhados pela sala. "O ideal é oferecer diferentes brinquedos em diferentes momentos, não deixar todos à disposição. E é importante dar um reforço positivo para ele entender que é o brinquedo dele, até para que evite não focar só em outras coisas, como os chinelos. Os brinquedos recheáveis também podem ser uma boa distração, ou um osso maior", concluiu.
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