A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai decidir, nesta quarta-feira (13), se libera a aplicação da vacina Coronavac em crianças de 3 a 5 anos, no combate à Covid-19. Em coletiva realizada na tarde desta terça-feira (12) , o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, disse que a expectativa é pela liberação do imunizante.
“É possível que amanhã (quarta-feira), a Anvisa autorize o uso da Coronavac para crianças de 3 a 5 anos. Repetimos a convicção que não existe idade segura para a infecção pela Covid-19. Por isso, é importante e fundamental que, ao iniciar a aplicação, exista vacina disponível por parte do Ministério da Saúde e também mobilização dos pais”, afirmou Nésio Fernandes.
Quando o uso da Coronavac foi autorizado para crianças acima de 6 anos, em janeiro, o Butantan pleiteava a liberação a partir dos 3 anos de idade. A Anvisa, no entanto, avaliou naquela época que os dados apresentados pelo instituto ainda eram insuficientes para liberar o uso em crianças mais novas.
Em março, a Anvisa recebeu novo pedido do Butantan para incluir a faixa etária de 3 a 5 anos na indicação da vacina Coronavac. Em junho, a agência recebeu dados adicionais sobre a vacina, que devem ser avaliados agora para uma nova decisão.
Na coletiva desta terça (12), Nésio divulgou que 2.096 crianças de 0 a 4 anos, no Estado, foram infectadas na nova onda da Covid-19, que iniciou seu crescimento no mês de abril. Foi a terceira faixa etária mais afetada, principalmente em internações, ficando atrás dos idosos (acima de 60 anos) e dos adultos (de 18 a 59 anos).
O secretário explicou que extremos de idade, como início da infância e idosos, são as faixas etárias mais afetadas por doenças infecciosas com internações e óbitos.
Ainda de acordo com Nésio, o projeto Curumim (criança. em tupi), deve compor o rol de informações e dados para subsidiar a autorização de aplicação da Coronavac para essa idade. O projeto foi desenvolvido por pesquisadores do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes/Ebserh), com o apoio da Fiocruz, do Instituto Butantan e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O projeto estudou a eficácia, a imunogenicidade e a segurança da vacina inativada (Coronavac) contra coronavírus em crianças e adolescentes, em comparação com a vacina pediátrica da Pfizer.
“A Coronavac é segura e tem poucas reações. Os estudos desenvolvidos pela Ufes mostraram que a vacina produz anticorpos suficientes para gerar proteção. Dados que foram apresentados à Anvisa. Reconhecemos e parabenizamos a comunidade científica capixaba”, disse o secretário.
Mais de mil crianças foram vacinadas durante o estudo e nenhuma delas apresentou efeitos adversos graves, segundo a Sesa. Nos meses seguintes à aplicação da vacina, foram feitas coletas de amostras de sangue nas crianças para análise. A filha do secretário de saúde e o neto do subsecretário Luiz Carlos Reblin, ambos da com 4 anos, participaram do projeto.
“Devemos ter ao longo do próximo ano, o avanço dos estudos da Coronavac para idades inferiores. É importante que toda a população se mobilize para aplicação da vacina no público infantil”, disse Nésio.
A Anvisa informou que reunião que vai avaliar o pedido de Autorização de Uso Emergencial da vacina Coronavac para crianças de 3 a 5 anos de idade está marcada para esta quarta, às 14h30, e pode ser acompanhada ao vivo pelo canal da agência no YouTube.
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