Após quase 60 anos de dedicação à medicina, o alergista Visadal Santos se despediu do trabalho ao anunciar, em novembro de 2019, sua aposentadoria para tratar uma insuficiência renal. Mas esse descanso, mesmo com a doença, durou bem menos do que todo mundo inclusive ele imaginava.
Aos 82 anos, o médico decidiu voltar a trabalhar agora em maio para ajudar no combate ao novo coronavírus, atendendo de forma gratuita em um consultório de Colatina.
Natural de Nanuque, em Minas Gerais, Visadal já atuou em diversas cidades como Colatina, São Gabriel da Palha, Pinheiros, Nova Venécia e São Mateus, além de atender pacientes em Teixeira de Freitas, na Bahia.
Em novembro, A Gazeta mostrou que o médico, que também é dermatologista, se emocionou ao se despedir daqueles que ele acreditava que eram seus últimos pacientes. Mas no meio desse descanso, veio a pandemia e falou mais alto o amor enorme pela profissão.
Como sua especialidade, de alergista, teve um aumento de procura na pandemia, o médico, sensibilizado com a luta contra o coronavírus, decidiu voltar ao consultório apesar de ter mais de 80 anos e fazer hemodiálise três vezes por semana para ajudar pacientes que não têm condição financeira de pagar consulta.
"Depois que ele adoeceu veio para Colatina e encerrou suas atividades em novembro de 2019. Sabendo da necessidade de médicos, principalmente na área dele de alergia, ele quis voltar e atuar para ajudar. Ele me disse que queria muito voltar a atuar e ajudar ao próximo para se sentir vivo", contou a filha de Visadal, a dentista Carolina Mendes.
A dentista revelou que a família decidiu apoiar o médico, apesar da preocupação com o contágio do coronavírus. "Ele sempre teve esse amor e dedicação pela profissão. Ele ama o que faz", revelou.
Visadal Santos começou o tratamento contra insuficiência renal em 2019. Ela ocorre de duas formas, podendo ser aguda (IRA), quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica (IRC), quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.
Na forma crônica, como é o caso do dermatologista, a doença acarreta perda da função renal maior que 85% e leva ao aumento de toxinas e água no organismo mais do que ele consegue suportar, sendo necessário, então, iniciar um tratamento que substitua a função dos rins.
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