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Após 3 anos da pior enchente, Cachoeiro tenta impedir novos desastres

Após 3 anos da pior enchente, Cachoeiro tenta impedir novos desastres

Ruas e imóveis foram tomados pela enchente em janeiro de 2020; desde então, sistema de alerta e pluviômetros automáticos estão entre as melhorias feitas

Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 15:14

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Cheia do Rio Itapemirim deixa bairros de Cachoeiro inundados
Cheia do Rio Itapemirim deixa bairros de Cachoeiro de Itapemirim inundados. (Bruna Hemerly)

Há exatos três anos, os moradores de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, observavam estarrecidos a elevação do nível Rio Itapemirim, sem acreditar no que viam. Ruas, casas, prédios públicos e estabelecimentos comerciais foram tomados pela enchente. Quem viveu a pior inundação da história da cidade e sofreu os prejuízos espera que o episódio não se repita. Mas, afinal, o que está sendo feito para impedir que casos semelhantes aconteçam? 

Um dos projetos foi para a implementação de um sistema de alerta de eventos críticos na região da bacia do Rio Itapemirim, em parceria com a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). O pluviômetro e as estações hidrológicas, segundo o órgão, está em operação e é capaz de prever – com seis horas de antecedência – o risco de inundação na zona urbana de Cachoeiro de Itapemirim. 

Segundo a prefeitura local, o município tem hoje nove pluviômetros automáticos. Há ainda, uma licitação em andamento para a aquisição de estações meteorológicas. A intenção da administração municipal é ampliar a cobertura do sistema de monitoramento.

As estruturantes de macrodrenagem na cidade foram detectadas como outro gargalo, pois o sistema não comportou o volume das chuvas. De acordo com a prefeitura, seis grandes projetos de obras foram propostos, mas ainda faltariam atender os bairros Coronel Borges, Gilberto Machado, Marbrasa, Rui Pinto Bandeira e Campo Leopoldina.

Luta para se reerguer

Mesmo após três anos da histórica enchente em Cachoeiro de Itapemirim, as marcas da água permanecem nas paredes da casa da costureira Ângela Rodrigues. Naquela data, ela precisou ser resgatada pelo telhado, e tudo que existia na residência se foi junto com a inundação.

Costureira Ângela Rodrigues lembra que foi tirada de casa pelo teto
Costureira Ângela Rodrigues lembra que foi tirada de casa pelo teto por causa da enchente história em Cachoeiro. (Diego Gomes )
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Minha casa tem marcas e são marcas que vão me marcar para toda a vida, uma lembrança muito triste. Hoje, vivemos com medo. Quando chove, os vizinhos se revezam para vigiar o nível do rio

Ângela Rodrigues
 Costureira 
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Segundo dados do município, 1.441 famílias foram afetadas em 2020. Entre os 567 estabelecimentos comerciais atingidos na cidade estava a ótica do Luiz Cláudio. “Foi muito difícil. Tivemos um prejuízo de R$ 1,3 milhão. Colocamos as coisas para o alto, mas a água chegou ao teto. Cachoeiro parecia uma zona de guerra. É um dia que queremos que esquecer”, disse o empresário em entrevista à repórter Bruna Hemerly, da TV Gazeta.

Além dos imóveis particulares, construções públicas ainda lutam para se reerguer. O Teatro Rubem Braga, ponto turístico do município na Avenida Beira Rio, foi o espaço público mais afetado. Até hoje, o local permanece fechado, sem data para reabrir.

Teatro Rubem Braga após a enchente
Teatro Rubem Braga após a enchente em 2020, em Cachoeiro de Itapemirim. (Reprodução | Redes sociais)

Segundo a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, a obra de recuperação é complexa e necessita de projetos de sonorização, acústica e equipamentos específicos. Uma empresa terceirizada foi contratada e o projeto está concluído. No entanto, o município ainda está na fase de captação de recursos.

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