A assistente administrativa Janete Rissari, de 46 anos, foi um dos mais de 16 mil casos confirmados do novo coronavírus no Espírito Santo. Ela ficou 56 dias internada em um hospital particular na Serra. Desses, 28 na UTI. Problemas neurológicos por um tumor no cérebro tratado no passado a faziam pertencer a um dos grupos de maior risco da doença. Durante a internação, dias em coma, pulmões e rins muito comprometidos, e notícias nada animadoras dos médicos. No entanto, todas essas adversidades foram superadas. Com muita fé e orações da família, Janete teve alta na última segunda-feira (1) e já se recupera em casa, na Serra.
Foi horrível, muito ruim, disse ela à reportagem de A Gazeta, em conversa por telefone, sobre os quase dois meses em que ficou no hospital. Sem muitas palavras, pela timidez e também pela recuperação do longo período internada, ela falou pouco, mas o suficiente para se entender a luta de quem enfrentou a doença por tanto tempo.
Janete deu entrada no hospital no dia 5 de abril, sentindo muita fraqueza. Dias antes havia apresentado febre, mas sem nenhum outro sintoma gripal. Ao chegar na unidade, os médicos cogitaram até que poderia ser dengue. No entanto, após uma tomografia, foi visto que os pulmões estavam bem comprometidos. A partir daí, ela foi isolada e transferida para a UTI. Quatro dias depois, veio a confirmação para Covid-19.
Neste momento, Janete já enfrentava uma batalha contra a doença. Com pulmões comprometidos, ela já dependia do respirador. Os rins também pararam de funcionar. Sem saber precisar o período, ficou em coma por vários dias enquanto esteve na UTI. Quem acompanhou tudo foi a filha Monique Nunes, de 22 anos. Recebendo as informações do hospital, a estudante conta como foi difícil ver o quadro da mãe piorar dia após dia.
A esperança de Monique e da família começou a ser alimentada pela mudança no estado de saúde da Janete. Depois de 28 dias na UTI, ela foi para a enfermaria, mas ainda havendo a possibilidade de voltar para o tratamento intensivo. Mas não precisou. Os pulmões voltaram a funcionar sem ajuda de aparelhos. Ela acordou e começou a mostrar reações. Em mais uma semana, já reconhecia a todos e conversava normalmente, para a alegria da família e até surpresa dos médicos.
Já a mãe, sem entender muito bem o que estava acontecendo, por todo o tempo que ficou desacordada, conta como foi se dar conta de onde estava. Quando acordei, vi a Monique, os médicos. Fiquei sem entender nada, né? Depois que a Monique me falou sobre os problemas, eu entendi. Agora eu estou bem, graças a Deus, disse a mãe, se recuperando em casa.
Agora, Janete vai voltando a viver normalmente. Segundo a filha Monique, como a mãe ficou muitos dias entubada e sem fazer movimentos, agora passa por sessões de fisioterapia. Com a alegria estampada na voz, ela falou sobre a felicidade de ter superado a doença e ter a mãe novamente saudável.
É uma felicidade muito grande. Poder ver que ela está aqui, que ela está bem, que se recuperou de uma forma extraordinária. Que a gente realmente nunca perdeu as esperanças, nunca deixou de acreditar que ela voltaria e estaria aqui com a gente, apesar de tudo que passou, comemora.
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