Fechado desde 2017, o Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória, será reaberto ao público em dezembro deste ano. O espaço cultural passa por obras de restauro, iniciadas em 2023. Falta somente finalizar as intervenções nos camarins, nos sanitários, na área administrativa e as instalações de acessibilidade.
A reportagem de A Gazeta esteve no local nesta quarta-feira (19) e acompanhou como está o andamento das obras. Na entrada, a escadaria que dá acesso aos camarotes foi totalmente revitalizada, assim como a parte da bilheteria, que vai ficar ao lado direito da edificação.
Na área interna, as poltronas, a pintura do artista Homero Massena (1885-1974) no teto e o lustre principal foram restaurados. O espaço está totalmente iluminado e ganhou nova cobertura, novo sistema de ar-condicionado e novos sanitários. O teatro terá 450 assentos.
A parte cênica também está pronta e conta com novos camarins, sistema de áudio e uma cortina que consegue segurar as chamas em caso de incêndio e proteger o público, uma vez que incidentes do tipo começam, geralmente, na área técnica.
Uma das novidades é um café, que ficará aberto durante a semana e permitirá que o teatro receba visitantes também nos dias em que não houver espetáculo.
As obras foram iniciadas em 2023 e são realizadas a partir de um acordo de cooperação entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), e o Instituto Modus Vivendi, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da EDP, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O secretário de Cultura, Fabricio Noronha, afirmou que o teatro é um dos principais patrimônios históricos culturais do Estado e entregá-lo totalmente restaurado trará de volta o principal palco para a classe artística.
“Estamos muito felizes de estar em um momento muito avançado desse projeto. A situação não estava boa quando chegamos. A gente decidiu partir para uma restauração completa e, por conta disso, você precisa parar, planejar, construir um bom projeto arquitetônico. É uma obra de grande magnitude, que carrega uma grande complexidade”, contextualizou.
A presidente do Instituo Modus Vivendi, Erika Kunkel, por sua vez, destacou que o maior desafio da obra foi manter a originalidade da arquitetura do teatro.
“Preservar o lustre, dentro das pesquisas, as pinturas que nós descobrimo, os doramentos, os adornos em gesso, colocando as novas tecnologias, nova sonorização, uma climatização moderna, a parte cênica toda modernizada, mas conseguimos concluir com excelência”.
O valor do investimento é de R$ 20 milhões, sendo metade proveniente do BNDES e a outra parte da EDP, concessionária responsável pelo fornecimento de energia na maioria dos municípios capixabas.
O teatro foi fechado em dezembro de 2017 por problemas no ar-condicionado e no telhado. Depois de passar por reparos, chegou a ser reaberto, no improviso, para eventos de setembro a dezembro de 2018.
A última promessa era de que a reforma sairia do papel em 2022. Em junho daquele ano, o teatro chegou a receber a proteção de tapumes. Mas, em dezembro, cinco anos após o fechamento do espaço, foi anunciado o novo prazo para início das obras, que começaram em maio de 2023.
- 100% da cobertura
- 100% do sistema de ar-condicionado
- 100% da área cênica
- 100% do restauro da pintura do teto (obra de Homero Massena)
- 100% do restauto do lustre principal
- 90% da área administrativa
- 80% de acabamento de sanitários
- 80% dos camarins
- 80% da estrutura de acessibilidade
Construído em 1926 e inaugurado em 5 de janeiro de 1927, o projeto e a construção do Carlos Gomes é assinado pelo arquiteto autodidata André Carloni. A edificação é de arquitetura eclética com influências neoclássicas, que caracteriza muitas edificações teatrais do início do século XX no Brasil.
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